<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 29.09.1997.

 


Aos vinte e nove dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Luiz Braz, Nereu D'Ávila e Pedro Ruas. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Octogésima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Paulo Brum, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Tereza Franco, 01 Pedido de Providências. Ainda, foi deferido pelo Senhor Presidente Requerimento de autoria do Vereador Nereu D'Ávila, solicitando seja retirado de tramitação o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 17/97 (Processo nº 2468/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 429/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 03/97, do Senhor Marcos Schames, Presidente da Associação dos Moradores do Bairro Farroupilha - AMBF; 18/97, do Vereador Luiz Cláudio Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Gravataí/RS; 25/97, da Senhora Maria Anunciação Cichero Sieczkowski, Presidenta do Fórum Estadual de Conselhos Municipais de Educação/RS; 46/97, do Vereador Luiz Nelmo de Menezes Vargas, Presidente da Câmara Municipal de Santa Rosa/RS; 522/97, do gabinete do Ministro da Justiça; 1166/97, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; 2013, 2054 e 2062/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto/RS; s/nº, da Senhora Evangelina de Azevedo Veiga, Presidenta da Associação Cultural José Marti/RS; s/nº, do Senhor Jaime Souza de Marco, Presidente da Associação dos Aposentados da Companhia Riograndense de Telecomunicações - AACRT; s/nº, do Senhor Airton Santos Vargas, Delegado do MEC/RS; s/nº, do Senhor Iñigo de Palacio España, Cônsul-Geral da Espanha; s/nº, do Senhor Valdir Aparecido Lima, Coordenador da Sociedade Movimento dos Focolares de Porto Alegre; Convites: da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, convidando para posse do Conselho Municipal  de  Desporto; da Diretoria Executiva e da Superintendência Regional de Porto Alegre da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, convidando para o evento comemorativo ao seu vigésimo oitavo aniversário; da Comissão Organizadora do Coral e Orquestra Mater Dei, para o "Festival de Primavera Mater Dei"; Fax do Senhor Egêo Corrêa de Oliveira Freitas, Delegado da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra/RS - ADESG. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo Laureano Brasil, representante da Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano, ligada à Arquidiocese de Porto Alegre - PACTO, que se pronunciou acerca de dados estatísticos referentes ao tráfico e consumo de drogas a nível mundial, discorrendo sobre o trabalho da Entidade que representa, no sentido de viabilizar a recuperação de pessoas que sofrem de dependência química. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal solicitando sejam enviadas cópias do discurso do Senhor Paulo Laureano Brasil às Secretarias Municipais da Saúde e da Educação, à Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC e aos Conselhos Tutelares. Ainda, o Vereador João Carlos Nedel manifestou-se acerca do tema abordado em Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e três minutos os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo retomados às quatorze horas e vinte e quatro minutos, constatada a existência de "quorum". Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 147/97, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Guilherme Barbosa; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 23/97, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Juarez Pinheiro; em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 26/97; o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/97, discutido pelo Vereador Cyro Martini; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 21 e 22/97, este discutido pelo Vereador Adeli Sell; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 161, 163 e 170/97. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib, referindo-se a impresso distribuído pela Prefeitura Municipal, relativo à captação de recursos e às previsões orçamentárias para o próximo ano, afirmou que, apesar dos percentuais de arrecadação de tributos estarem acima do previsto, tais recursos não vêm sendo aplicados de forma correta, principalmente no que se refere à política salarial adotada em relação aos municipários. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 14/96. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 89/96, por quatorze votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Reginaldo Pujol e encaminhado à votação pelo Vereador Renato Guimarães, tendo sido submetida à votação nominal por solicitação da Vereadora Maria do Rosário, votando Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Pedro  Ruas, Reginaldo  Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco, votando Não os Vereadores Adeli Sell, este com Declaração de Voto, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila e Renato Guimarães, e tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor José Eduardo Utzig, Secretário Municipal Extraordinário para Captação de Recursos e Cooperação Internacional. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 120/97, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sônia Santos e Antonio Hohlfeldt, e o Projeto de Lei do Executivo nºs 30/97. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 35/97 que, após ser discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, João Dib, Gerson Almeida, Carlos Garcia, Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Elói Guimarães, teve adiada sua discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador João Dib. Este Requerimento do Vereador João Dib foi aprovado por vinte e cinco votos SIM e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, João Dib, Gerson Almeida e Reginaldo Pujol, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Antonio Hohlfeldt, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco, e votando Não os Vereadores Elói Guimarães e Pedro Ruas. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 35/97, os Vereadores Cláudio Sebenelo e Anamaria Negroni cederam seus tempos de discussão para o Vereador Antonio Hohlfeldt, e os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Antônio Losada, Juarez Pinheiro, Tereza Franco e João Carlos Nedel cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Reginaldo Pujol, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Luiz Braz e João Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor João Verle, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, do Senhor Ricardo Göten, da Secretaria do Governo Municipal, do Engenheiro José Vicente Rauber, Diretor do Departamento de Esgotos Pluviais, e do Vereador Airton Leão, do Município de Bagé/RS, e deferiu Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando juntada de documento ao Projeto de Lei do Executivo nº 40/97 (Processo nº 2728/97). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 431/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando autorização desta Casa para ausentar-se do País, do dia quatro ao dia sete de outubro do corrente, a fim de participar do Seminário sobre Orçamento Participativo, em Buenos Aires, Argentina. Também, foi apregoado documento enviado pelo Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP, documento este que foi juntado ao Projeto de Lei do Executivo nº 39/97, por determinação do Senhor Presidente. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Juarez Pinheiro, João Dib e Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos sobre a tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 35/97 e acerca da possibilidade de juntada de documentos a projetos. Ainda, foi apregoada a Emenda de Liderança nº 01 ao Projeto de Lei do Executivo nº 35/97, de autoria do Vereador João Dib, e foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Gerson Almeida, solicitando dispensa do envio desta Emenda para apreciação das Comissões Permanentes desta Casa. Após, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, prestou esclarecimentos sobre o andamento dos trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo nºs 39, 40 e 41/97. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Resolução nº 08/97, por vinte e oito votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que o Senhor Prefeito Municipal comparecerá à Casa, amanhã, às quatorze horas, a fim de proceder à entrega do Orçamento para o próximo ano, e o Vereador João Carlos Nedel registrou ter recebido convite para participar da solenidade de assinatura do Termo Aditivo de repasse de recursos do Fundo Pró-Guaíba à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A seguir, passou-se à votação dos Requerimentos. Foi aprovado o Requerimento nº 240/97 (Processo nº 2980/97 - Sessão Solene destinada a homenagear a Associação Satélite-Prontidão), de autoria do Vereador Paulo Brum. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou aos Senhores Vereadores para a solenidade de abertura de exposição do Acervo Esportivo de Porto Alegre, a realizar-se no dia de hoje, na Avenida Clébio Sória, nas dependências da Casa. Também, respondendo Questão de Ordem suscitada pelo Vereador João Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do horário em que se realizará a Sessão Solene objeto daquele Requerimento. Foi aprovado o Requerimento nº 235/97 (Processo nº 2937/97 - Moção de Solidariedade aos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT), de autoria do Vereador Antônio Losada. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem suscitada pelo Vereador João Dib, prestou esclarecimentos sobre o teor desse Requerimento. Foi aprovado o Requerimento nº 243/97 (Processo nº 3008/97 - Requer seja ouvida a Comissão de Constituição e Justiça e o Plenário sobre a utilização pelo Executivo de área incluída no Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 05/95, cuja votação está suspensa por liminar  judicial), de  autoria  do  Vereador João Dib, após ser encaminhado  à  votação  pelos Vereadores João Dib, Gerson Almeida, Pedro Ruas e Luiz Braz. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Pedro Ruas e João Dib, prestou esclarecimentos quanto à tramitação e a possibilidade de alteração do teor desse Requerimento. Ainda, foi apregoado o Ofício Circular nº 37/97, da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul - UVERGS, e o Senhor Presidente, face à Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Gerson Almeida, prestou esclarecimentos acerca do teor deste documento. Em continuidade, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão, nos termos regimentais. Foi aprovado o Requerimento nº 244/97 (Processo nº 3009/97 - Moção de Apoio ao Governo do Estado e ao grupo de empresários organizados em uma fundação criada especialmente para a primeira Bienal de Artes Visuais do Mercosul), de autoria do Vereador João Dib, com adendo do Vereador Gerson Almeida. Foi aprovado o Requerimento nº 241/97 (Processo nº 2984/97 - Moção de Solidariedade à ITAÍ/CAIMÃN - Associação de Proteção da Costa Doce no Estado do Rio Grande do Sul), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Foi aprovado o Requerimento nº 242/97 (Processo nº 3006/97 - Moção de Apoio ao Comandante-Geral da Brigada Militar, pela ação desenvolvida no dia vinte e cinco de setembro do corrente), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni. Na oportunidade, o Senhor Presidente externou seus agradecimentos à Doutora Marjane Bartolomé Martins, médica desta Casa, pelo pronto atendimento a um dos manifestantes que se encontravam em greve de fome no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Também, o Senhor Presidente registrou que a Comissão Especial de Segurança Pública, presidida pelo Vereador Cyro Martini, receberá o Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário de Estado da Justiça e da Segurança, no dia primeiro de outubro do corrente, na sala da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Às dezoito horas e dez minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

 

TRIBUNA  POPULAR

 

O Sr. Paulo Laureano Brasil, representando a  PACTO - Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano - ligada à Arquidiocese de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. PAULO LAUREANO BRASIL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais presentes.  Tratarei, nestes 10 minutos, sobre o problema da droga, um flagelo nacional, prefiro dizer  um flagelo mundial. Prefiro porque a droga, hoje, devido a nossa globalização, na verdade  não tem mais espaços onde domine mais ou menos. Ela viaja pelos melhores e mais rápidos meios de transportes que nós usamos e viaja com toda segurança.

A droga é, mundialmente, um dos melhores negócios e que movimenta a maior quantidade de dólares. Ainda ontem, a Presidente da Federação Mundial de Drogas nos passou uma informação muito interessante, que o movimento, em dólares, anual da droga no mundo atinge 630 bilhões de dólares. Isso significa que é a segunda indústria mundial, só está atrás, um pouco, da indústria de armamentos. Ela é um negócio altamente vantajoso e de difícil combate, exatamente por isso.

Acredito que as informações que passarei aos Senhores são todas bem conhecidas, mas interessante que sejam lembradas. A cocaína, hoje, uma das drogas mais conhecida e mais utilizada, está em torno de R$ 12,00 por grama. Isso significa que um quilo de cocaína nos permite comprar um carro popular zero quilômetro. A droga é um produto de facílima e baratíssima fabricação. Para os  senhores terem uma idéia, o ano passado foram localizadas na Floresta da Tijuca, dentro da cidade do Rio de Janeiro, três refinos da cocaína, três fábricas de cocaína. A produção da cocaína é fácil e barata. Há um interesse comercial muito grande na produção desse produto. Ela dá uma renda incrível. Uma informação que eu gostaria de passar aos senhores, como curiosidade, é que quando eu estudava no Rio, na Academia Militar das Agulhas Negras, em 1953, foi manchete no jornal de São Paulo a apreensão de 250 gramas de cocaína. O ano passado saiu no rodapé, tipo aqueles classificados do jornal Zero Hora, uma apreensão no Porto de Nova Iorque de 37 toneladas de cocaína. Meus Senhores, 1  grama de cocaína é uma overdose para quem não está acostumado; 37 toneladas de cocaína poderiam proporcionar overdose a 37 milhões de pessoas. Seria uma parte bastante significativa da nossa população nacional.

Um detalhe interessante, ainda sobre a apreensão, aqui, há pouco tempo em São Leopoldo, uma cidade aparentemente pacata, de origem alemã, foram apreendidas duas toneladas de cocaína. Toneladas, meus senhores! Agora, mais duas toneladas, na mesma área, de cocaína. Ainda uma informação que pode nos responder pelo flagelo mundial: da droga produzida, traficada e utilizada, nós apreendemos, talvez, nem 10%. As drogas mais utilizadas no Brasil são a maconha, a cocaína e o crack.  O crack com muito pouca penetração porque mata muito rápido o usuário, e isso não proporciona bom negócio ao traficante.

A droga é flagelo por vários motivos, mas, principalmente, porque ela vem ao encontro dos nossos filhos, dos nossos dependentes, não respeitando mais a questão familiar. Hoje em dia não se pode dizer mais que a família não-funcional é que tem problemas ou que é a família pobre, ou a família rica, ou o pai separado, nada disso tem significação; a droga entra em nossa casa sem respeitar qualquer característica familiar. E ela causa problemas gravíssimos na vida do jovem.

A toxicomania, assim como o alcoolismo, é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como primária, progressiva, incurável e fatal. Os portadores dessa doença, uma vez que começam a usar a droga, não se libertam mais dela sem auxílio externo. Por isso ela é traiçoeira. É traiçoeira também porque a AIDS está entrando, hoje, violentamente, através da droga - injetável especialmente -, não mais somente através do sexo.

Temos a informação de que de cada dez usuários de droga injetável oito são portadores do vírus. Não se iludam com as informações saídas na imprensa quanto à quantidade de portadores do Vírus HIV. Elas são totalmente sem fundamento, porque nós temos dados da nossa pastoral que apontam que de cada dez jovens que têm condições de ser portadores do vírus, apenas um tem coragem de se submeter a exame.

Quando  recebemos os jovens para recuperação, nós os obrigamos ao exame de HIV e em grande parte deles, o exame é positivo. Na nossa comunidade terapêutica, onde temos 60 homens,  30% são portadores do HIV.

Mas a droga leva  ao HIV não só pelo seu uso. Ocorre que, quando ela é usada, o homem perde o controle e pratica sexo de uma maneira muito louca, vamos dizer. Por meio do sexo, também o drogado, adquire o vírus.

Eu tenho a honra de ser o fundador da PACTO - Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano -  que é uma pastoral da Igreja Católica aqui em Porto Alegre, fundada há quase 9 anos e que se propõe à recuperação daqueles jovens que querem, espontaneamente, abandonar a droga. Para isso nós temos uma comunidade terapêutica em Viamão, com um  tratamento de 9 meses, onde temos um índice excelente de recuperação. Temos, também, uma comunidade feminina em Porto Alegre, e assistimos os familiares desse pessoal. Temos, hoje, um média de dois mil familiares vinculados à PACTO, que são tratados. Nós só tratamos os jovens, quando os familiares também aceitam ser tratados. A PACTO foi fundada para isso e hoje é uma das pastorais da Igreja Católica, quem sabe uma das maiores, e tem uma atividade intensíssima. A nossa Sede fica na Rua Washington Luiz, 868,  próxima a esta Casa. Ela foi criada com a finalidade de apoiar os familiares e os dependentes de droga.

Recentemente, meu querido e velho amigo Ver. Pedro Américo Leal pronunciando-se sobre a droga, lastimou que a nossa Igreja Católica não teria nenhuma ingerência, nenhum trabalho a ser realizado nesta área da droga, já que a Igreja Católica se preocupa tanto com o problema social. Foi apenas uma questão de desinformação do nosso amigo Ver. Pedro Américo Leal, até porque a Igreja não faz propaganda e não difunde os seus trabalhos. A Igreja tem, sim, e essa pastoral é uma das maiores dela, e se chama PACTO - Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano, e a nossa Sede está aberta a todos que precisarem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE:  Agradeço a participação do Sr. Paulo Laureano Brasil nesta Tribuna Popular, trazendo a posição da sua entidade nesse assunto tão delicado e tão presente na ordem das ocupações e preocupações da sociedade brasileira.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, eu queria consultar V. Exa. da viabilidade de eu requerer a esta Casa que fossem enviadas as notas taquigráficas deste pronunciamento do Sr. Paulo Brasil, para a Secretaria de Governo Municipal, que coordena atividades de políticas sociais na Prefeitura, à Secretaria Municipal da Saúde, à FESC, à SMED e aos Conselhos Tutelares. Se houver possibilidade legal e regimental, eu pediria que este Requerimento fosse apreciado.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento de V. Exa tem todas as condições legais de ser aprovado. E acredito que interpretando o Plenário, basta que o mesmo se formalize que ele será de plano deferido pela Mesa Diretora da Casa, dada a propriedade que envolve no requerido.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Somente para me manifestar a satisfação de ter o Cel. Paulo Laureano, Brasil fundador da PACTO, e que tão grande serviço tem prestado à comunidade de Porto Alegre. A fazenda de tratamento, lá em Viamão, é um trabalho extraordinário da Mitra da arquidiocese de Porto Alegre. Pessoas que trabalham voluntariamente e que dedicam grande parte do seu tempo em benefício da sociedade. É uma alegria a Câmara receber o  Cel. Paulo aqui entre nós.

 

O SR. PRESIDENTE: Acolho com muita satisfação o registro feito pelo Ver. João Carlos Nedel e creio que o mesmo sintetiza a posição de toda esta Casa na sua pluralidade. Nós transformamos o pronunciamento do Ver. João Carlos Nedel como sendo da Casa.

Agradecemos a presença do  Sr. Paulo Laureano Brasil, que nos brindou com as informações precisas, e colocamos esta Casa à disposição da Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano, ligada à Arquidiocese de Porto Alegre. Pedimos ao Sr. Brasil que transfira aos seus companheiros de jornada a informação de que esta Casa está permanentemente à disposição da sua entidade. Muito obrigado. Suspendemos os  trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h23min.)

   

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol - às 12h24min) Estão reabertos os trabalhos 

Passamos à

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

                                       1ª SESSÃO

 

PROC. 2454/97-   PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/97, de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que dispõe sobre a comercialização antecipada de passagens do Transporte Coletivo Público Urbano no Município. Com Emenda nº 01.

                                                     

PROC. 2808/97- PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dá nova redação ao art. 7º da Lei Complementar nº 320, de 02 de maio de 1994, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2612/97 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO  Nº 026/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei nº 5811, de 08/12/86, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2763/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/97, de autoria da Vera. Tereza Franco, que autoriza o Executivo Municipal a implantar redutores de velocidade nos corredores de ônibus do Município de Porto Alegre.

                                                     

     

3ª SESSÃO

 

PROC. 2584/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que altera a Lei Complementar nº 43/79, obrigando os Centros Comerciais a destinar áreas de descanso para os comerciários.

 

PROC. 2700/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que proíbe a veiculação de propaganda visual de cigarros e assemelhados em áreas próximas aos estabelecimentos escolares. Com Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda.

 

PROC. 2720/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que autoriza a colocação de quiosques individuais, para a venda de hortigranjeiros, no espaço destinado a esse fim, no Mercado Público.

 

PROC. 2764/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que inclui parágrafo único no artigo 362 da Lei Complementar nº 43/79, com redação dada pela Lei Complementar nº 158/87.

 

PROC. 2777/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Dom João Cláudio Colling um logradouro público localizado no Bairro Farrapos. Com Emenda nº 01.

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra  para discutir a Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, cumpre-me vir a esta tribuna com o propósito da oportunidade oferecida pelo Projeto de Lei do Legislativo oferecida pelo Projeto de Lei do Legislativo da nobre Vereadora Teresa Franco sobre os redutores de velocidade nos corredores, de refletir e meditar sobre matéria que diz respeito ao trânsito. Este projeto é uma das tantas tentativas do Legislativo, assim como também ocorre no Executivo Estadual e Municipal, de encontrar soluções através de outros caminhos que não o do policiamento e da fiscalização para resolver os problemas sérios e contundentes do nosso trânsito. Esta é uma matéria de alta relevância, tanto é que os nossos Vereadores se debruçam e prestam toda a atenção para examinarem bem o problema. Tivemos a oportunidade de desenvolver no dia 25 uma Sessão relativa ao Dia Nacional do Trânsito, que não teve, desta Casa, a acolhida que esperávamos, porque entendíamos que todos os Vereadores deveriam comparecer, mas nem todos puderam.

Não é apenas a Ver. Teresa Franco que está preocupada com o problema do trânsito quando menciona os redutores exclusivos de ônibus. Todos estamos preocupados. Morrem pessoas inocentes no verdor das suas vidas e estamos aqui para encontrar soluções. Essas soluções, em curto prazo, têm de estar respaldadas através de uma ação de policiamento e uma fiscalização intensificada, não apenas com a presença do homem fardado na rua. Tem de haver um policiamento e uma fiscalização que se desenvolva através de tecnologia compatível com as  finalidades pretendidas. Não adianta apenas colocar um homem perdido na esquina, com um bloco de autuação e uma caneta, não vai conseguir grandes resultados. A metodologia, a maneira como se deve desenvolver, eu sempre digo, a lição vem da década de 40, de 50, com motociclo e hoje seria com a motocicleta, um policiamento atuante, presente e que se exerça de modo adequado. Há um outro aspecto: tem que ter recursos. O Ver. João Dib sabe bem que não adianta nós, na área administrativa ou na legislativa, buscarmos a solução através de redutores, de sinalização, de lombada eletrônica, que não vamos conseguir os resultados. Enquanto o policiamento não for exercido de modo atuante e duro, não haverá solução.

 

O Sr. João Dib:  Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu gostaria de saber como é que o senhor faria a fiscalização do Viaduto Loureiro da Silva, que tem 2 placas de parada de lotação.

 

O SR. CYRO MARTINI: Vereador João Dib, o senhor tem restrições contra essa disposição municipal. Sob o ponto de vista legal, ela é possível, agora, sob o ponto de vista técnico, que é a sua preocupação, eu entrego a V. Exª, que é técnico na matéria de Engenharia. Mas é possível legalmente que se proceda deste modo, tanto é que lá está a parada. Eu reflito, medito e peço que V. Exa. assim o faça também. Enquanto nós não desenvolvermos uma atuação de policiamento e fiscalização bem exercida, não há redutor, não há lombada eletrônica, não há nada que vá resolver esse nosso problema. É claro que há outras soluções, por outros caminhos de médio e longo prazo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)  

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Adeli Sell,  para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ocupo a tribuna para discutir o Projeto de Lei do Ver. Fernando Záchia. Gostaria de discutir melhor esse projeto. Pelas informações que tenho, o Congresso  da nossa Cidade tirou, como uma das suas preocupações, a questão do pouco espaço de estacionamento em nossa Cidade. Pelo que leio na Exposição de Motivos V. Exa. quer modificar o art. 362, da Lei Complementar 4379, que trata de uma mudança nas áreas destinadas a estacionamento em supermercados, ou seja, nas sua Exposição de Motivos é colocado que  muitos supermercados na Cidade estão localizados em prédios antigos, assim eles não têm como se expandir, pois não existem áreas livres para novas construções. A conclusão que cheguei é que V. Exa. quer terminar com alguns espaços de estacionamentos que existem nesses locais para ali haver a expansão do supermercado, como eles estão em áreas de bastante trafegabilidade, como fica a questão do estacionamento?

 

O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, o meu objetivo  é corrigir uma anomalia existente dentro desse segmento econômico, até pelas dificuldades naturais desse segmento. Está havendo troca de controle acionário de muitos supermercados, na medida em que haja essa troca de controle, há necessidade da renovação, ou da confecção de um novo Alvará com uma nova denominação. Tem-se encontrado dificuldade para se dar o Alvará para essa nova denominação social, porque a atual lei prevê que até 750 m² tem que haver um estacionamento a cada 40 metros.  Ora, em Porto alegre há diversos supermercados, de 15, 20 anos, que não têm estacionamento, não foram construídos com estacionamento, e nem existe essa possibilidade de construir ao lado, ou atrás,  porque já tem essa ocupação geográfica, está constituída essa ocupação arquitetônica. Veja, não podemos interromper um segmento econômico em atividade há 20 anos, porque foi  feita uma alteração social, porque uma empresa faliu e foi vendida a um outro grupo.

 

O SR. ADELI SELL: Acredito que poderíamos fazer um debate inclusive com a Secretaria Municipal de Planejamento sobre esse tema em uma das comissões técnicas, se for o caso, para que, quando fosse votado aqui,  nós estivéssemos convencidos do verdadeiro debate que o seu Projeto coloca para nós. Eu continuo com dúvidas em relação a esse assunto na medida em que poderá haver problemas graves de estacionamento.

Eu vejo, por exemplo, aqui no Centro da Cidade, na Rua Fernando Machado um Supermercado construído após 1979, e mesmo havendo ali um estacionamento que agora foi terceirizado, talvez a Empresa   tenha razão, porque muitas pessoas, às vezes, estaciona no supermercado e não faz compras.  Há esse problema que tem de ser levado em conta e debatido, mas esse supermercado tem uma área também para carga e descarga que não é ocupado, sendo ocupado o leito da rua.  V. Exª deve entender que temos aí uma complexidade nessa área que o seu Projeto tenta abranger. Portanto peço que V. Exa.. articule um debate com o Governo já nas comissões técnicas para que todos os Vereadores possam acompanhar melhor o seu Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol,  para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dois assuntos  hoje compõem a matéria que pela primeira vez consta da nossa Pauta, da discussão preliminar. Em primeiro lugar, o Projeto de Lei do Legislativo, de autoria da Vera. Clênia Maranhão que dispõe sobre a comercialização antecipada de passagem de transporte coletivo público urbano no Município. Esse assunto será  objeto de análise feita pela autora.  Eu tive a oportunidade inclusive de alertá-la, há poucos instantes, de que existia   uma manifestação do nosso órgão técnico, da Procuradoria, recomendando uma Emenda que ela  nos informa já  ter providenciado, neste particular.

O segundo assunto, e esse eu gostaria de me debruçar sobre o mesmo, porque envolve posições doutrinárias acerca do funcionamento dos Parlamentos, das suas competências, da abrangência da ação legislativa, é o Projeto, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dá nova Redação ao artigo 7º da Lei Complementar 320, de 02 de maio de 1994.

O que busca este Projeto, o que fala a Lei Complementar 320, de 02 de maio de 1994? Essa Lei estabelece alguns requisitos para que se cumpra uma das funções legislativas, isto é, a capacidade que têm os integrantes desta Casa, como de resto de todos os Parlamentos deste País de, por sua iniciativa, propor a denominação de ruas, logradouros, prédios públicos na Cidade de Porto Alegre. A alteração que é proposta pelo Ver. Juarez Pinheiro, que, certamente, virá à tribuna, depois, para justificá-la, consiste, no meu modo de entender, em reduzir a nossa capacidade de legislar, estabelecendo pré-requisitos que fazem com que a decisão deste Legislativo se transforme em mera homologação de decisões que ele pretende que sejam transferidas para um outro campo de decisões. E, nesse caso, seria a instituição da obrigatoriedade da consulta popular para a designação de qualquer artéria, qualquer logradouro, qualquer equipamento existente na Cidade de Porto Alegre.

Vem em bom momento este Projeto à discussão, Ver. Fernando Záchia, porque vem exatamente no momento em que um Parecer do Ver. Juarez Pinheiro, impregnado deste objetivo, se manifesta na Comissão de Justiça e consegue, inclusive, votos necessários para a sua aprovação de que a sua intenção de homenagear esta glória do esporte do Rio Grande, que é Osvaldo Rola, denominando aquela apelidada Avenida Cascatinha de Avenida Osvaldo Aranha, não possa ser feito, porque, no entendimento do Ver. Juarez Pinheiro, isso já conflita com a legislação, hoje, em vigor. E, certamente, conflitaria muito mais ainda, se ocorresse a alteração pretendida na Lei Complementar nº 320, no seu artigo 7º, conforme é pretensão do Ver. Juarez Pinheiro.

Eu quero dizer que, sobre este assunto, eu haverei de ter imensas discussões com o Ver. Juarez Pinheiro. Estou inaugurando oficialmente essa discussão e tenho absoluta certeza de que  Sua Excelência virá à tribuna  para sustentar os seus pontos de vista e  quero dizer  que por entender que isso se converte em um "captis diminutio" em uma restrição a mais da já limitada  ação legislativa, terei oportunidade de esgrimar o máximo possível de argumentos para demonstrar a impropriedade desta proposição  e o que ela representa de negativo para a quebra da valorização da ação do legislador.

 

O Sr. Nereu D'Ávila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. se  refere ao projeto do Ver. Juarez Pinheiro na questão dos logradouros públicos e eu concordo integralmente com o que Vossa Excelência disse. Acho que o Vereador sutilmente está engessando  o nosso direito de designar  ruas e que ficará ao alvedrio do orçamento participativo e não se sabe quem manda. Acho que temos que ter cuidado com esse projeto. Mais tarde eu vou discuti-lo. V. Exa. faz muito bem em chamar a atenção da Casa para o assunto.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu falei que esta Casa, ao perdurar  a posição expedida no processo pelo Ver. Juarez Pinheiro, se transforma em mero órgão homologatório  de outras instâncias que não a vontade popular soberana  que se expressa na verdadeira participação popular, que é a seleção das urnas que faz com que a pluralidade  de opiniões se façam representar nesta Casa. Certamente haverei de me ocupar deste assunto tantas outras vezes, porque é polêmico e haverá de merecer a minha atenção e de vários outros Vereadores da Casa, entre os quais eu incluo com muita satisfação o Ver. Nereu D'Ávila, que tem posição solidária com aquela que estamos sustentando aqui da tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta de hoje se apresenta um projeto de lei de autoria deste Vereador alterando dispositivo legal da Lei Complementar nº 320/94,  art. 7º. Fico feliz pelo nobre Ver. Pujol iniciar o debate desta questão e também o nobre Líder do Partido Democrático Trabalhista, Ver. Nereu D'Ávila.

Nós temos um entendimento de que quem mora no bairro, na rua, quem tem a sua cultura e sua história forjada num determinado local, tem o direito de opinar em processos como esse. Na verdade, se fizermos uma leitura de quantos projetos de lei tratando dessa matéria tramitam no Poder Legislativo, vamos ver que não é um assunto de somenos importância porque acredito que, no mínimo, 30% dos projetos que tramitam nesta Casa se destinam a designar logradouros ou buscam alterar sua designação. Capciosamente, o Ver. Pujol inoculou uma discussão, um tema que não era da Pauta, que tratava-se da questão de alteração de nome de logradouros. O Ver. Fernando Záchia, na semana que passou, apresentou dois projetos de lei tratando de alterar a designação de logradouros. Estive com S. Exa. antes de exarar o meu posicionamento, disse o porquê e de que forma o faria sob o entendimento que é aliás o que tem hegemonia na Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, que é a alteração de nomes de logradouros que, sejam ou não cadastrados, precisam, por ora, enquanto não haja alteração proposta pela Ver. Luiz Braz, cujo Relator é o Ver. Décio Schauren, também passar pelo crivo da Lei 320, que determina a realização de plebiscito. Disse a S. Exa. Ver. Luiz Fernando Záchia que era uma posição que entendia, nesse caso, talvez até minoritária nesta Casa, mas que a CCJ é uma Comissão onde  se verifica a legalidade, a constitucionalidade e a regimentalidade das questões. E o carinho deste Relator, no caso, o nosso querido "Foguinho", que acredito ser um dos maiores desportistas do Estado, teria que ficar em segundo plano, e a questão técnica teria que prevalecer.

 

O Sr. Fernando Záchia: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Tento esclarecer que não seria o primeiro caso nesta Casa. Recentemente, uma iniciativa do nobre Ver. Nereu D'Ávila, com a Av. Tronco, nas mesmas condições e características da Av. Cascatinha, a qual é cadastrada, mas não é oficializada. Não existe um projeto nem decreto que denomine essas ruas. V. Exa. deixou transparecer que a Av. Osvaldo Rola, que queremos colocar o nome de Cascatinha, seria a primeira. Já nesta Legislatura houve um caso.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sua participação só abrilhanta o meu singelo pronunciamento. Queria, por fim, dizer que o projeto que está em pauta objetiva o respeito às comunidades. Nós não estamos aqui com "captis diminutio" de nenhuma iniciativa parlamentar desta Casa. Nós estamos aqui apenas dizendo que sejam os logradouros, cadastrados ou não, para a sua designação não pode retirar a opinião dos moradores, de quem resolve deitar suas raízes, de quem resolve fazer a história de uma localidade, de repente, ser surpreendido por um nome, seja por um fenômeno físico, o nome de uma pessoa que talvez não seja do agrado ou que não represente os anseios daquela comunidade.

O nosso Projeto de Lei tem por objetivo respeitar a história das localidades, respeitar àqueles que lá moram e que, às vezes, nós, aqui, denominamos nome de rua sem sequer conhecer o bairro, sem sequer conhecer aquela localidade. Não estamos retirando a competência legislativa dos Parlamentares, mas apenas dizendo que, a exemplo de quando não está cadastrado, há a necessidade de um abaíxo-assinado e que também naqueles cadastrados tenha a exigência do abaixo-assinado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

          

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero discutir, muito rapidamente, o Processo nº 2454, Projeto de Lei de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que dispõe sobre a comercialização antecipada de passagens do transporte coletivo público urbano do município. Eu considero este projeto de muita importância, tendo em vista que se a compra antecipada do vale-transporte é, de certa forma, uma vantagem de tempo para o usuário, sem dúvida, se transforma em uma vantagem financeira para as empresas de transporte coletivo urbano de Porto Alegre, onde essa compra antecipada existir. De fato, sendo assim, aquilo que as empresas iriam receber parceladamente, diariamente na roleta do ônibus, essas empresas antecipam a arrecadação vendendo antecipadamente o vale-transporte. Portanto, se as empresas têm essa vantagem financeira, não há por que, ao haver o reajuste tarifário, o usuário que adquiriu esses vales ter que, obrigatoriamente, trocar o vale - até aí tudo bem -, mas ao trocar o vale ser obrigado a pagar a diferença entre o vale já adquirido e o vale pelo qual vai trocar,  com um valor maior. É um bem, de certa forma, já adquirido pelo usuário, e uma arrecadação antecipada que as empresas já fizeram.

Portanto, nesta rápida intervenção, quero trazer o apoio ao Projeto de V. Exª, o qual considero justo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Prefeitura de Porto Alegre, recentemente, distribuiu material para conhecimento  público das dificuldades que atravessa para a realização do orçamento do ano de 1997. Pura inverdade.  A Prefeitura vai bem, muito bem obrigado, até porque, da previsão orçamentária de 729 milhões de reais em números redondos, arrecadou em 8 meses 508 milhões, também em números redondos, o que representa 70% do orçamento previsto. Vale dizer que estão faltando  quatro meses, e a arrecadação vai ser muito superior àquela prevista, porque alguns dados continuam crescendo, outros vão estabilizar. Mas também é preciso que se considere os 70% que falo neste momento, porque aí estão incluídas as receitas de capital e nas outras receitas de capital - estava previsto 58 milhões de reais - a Prefeitura não chegou a realizar 4, e por isso dá só 70%. Mas, hoje, se nós aprovarmos os projetos de lei que vão a mais de cem milhões de reais, esses 70% vão ser superados em muito mais.

Por isso, prefiro ficar com 76% retirando as receitas de capital. Setenta e seis por cento do orçamento foi realizado em 8 meses. Temos muita arrecadação pela frente: setembro, outubro, novembro, dezembro. A arrecadação em alguns setores cresce, e muito.

 Alguns, como eu disse, foram já superados, como por exemplo o IPVA, que teve já uma arrecadação de 119% da previsão, mas vai continuar entrando IPVA até o último dia do ano.

Por que hoje estou falando do orçamento da Prefeitura? Seria tolice minha perder tempo para dizer que a Prefeitura está com superávit. É notório, todos os anos tem, se não sabem usar o dinheiro que arrecadam, é o vampirismo fiscal aplicado ao povo de Porto Alegre. Não sabem usar o dinheiro que arrecadam, mas estão sempre reclamando que falta dinheiro.

Os funcionários federais, na semana que passou "comemoraram" os 1.000 dias sem reposição salarial: balões negros foram lançados na atmosfera, tristeza generalizada. Mas e a administração do Partido dos Trabalhadores, que só cuida muito bem quando  os trabalhadores são dos outros, os dela mesma, ela cuida  muito mal.

A administração do Partido dos Trabalhadores, nos últimos nove anos,  não deu um real de ganho produtivo para os servidores municipais. Vejo o  eminente Ver. Adeli Sell como quem diz: e daí? Mas Vereador, em julho de 1991 a Prefeitura tirou 30% do poder aquisitivo dos servidores municipais retroagindo uma lei, coisa nunca vista! Mas como escola faz escola,  Tarso Genro, à época  Vice-Prefeito, quando foi Prefeito fez a mesma coisa, em maio de 1995: retroagiu e tomou o dinheiro dos municipários.  E leis de origem executiva! Não fizemos nada, porque todas as vezes que as leis vieram para esta Casa, a ordem era não se mexer em nada, senão, a lei seria vetada.

Tomaram o dinheiro  dos municipários por duas vezes; agora perderam na Justiça pela segunda vez e não devolvem o dinheiro dos municipários. Portanto, a lei não dá um centavo de ganho real aos municipários ao longo de nove anos. Tiraram o poder aquisitivo em julho de 1991 e, calculei, deu 30% do poder aquisitivo. Até o Prefeito Olívio Dutra pensou não estar atingido e teve que devolver o dinheiro recebido a mais, porque eu exigi. Em maio de 1995, tomou 7,8% dos servidores municipais.

Fico pensando que não basta saúde e paz, precisa algo mais, porque os servidores, que não receberam a visita da Câmara quando faziam greve de fome, estão passando fome. Mas ainda quero que tenham saúde e paz. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Havendo quórum passamos à

                                 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 0810/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/96, que cria e extingue cargos de Provimento Efetivo no Plano Classificado de Cargos do Departamento Municipal de Água e Esgotos. (Motorista, Operador de Máquinas Especiais e Operário)

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.

     

Observações: - para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros  da CMPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 14/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

É com satisfação que registramos a presença do Secretário Municipal José Eduardo Utzig.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1586/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que faculta a colocação de dispositivo luminoso nos veículos que compõem a frota de táxis de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol:  pela aprovação do Projeto;

-  da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

-  da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

-  da COSMAM. Relator Ver. Renato Guimarães: pela rejeição do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o  PLL nº 089/96. O Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volta a discussão nesta Casa  a questão  da colocação dos  dispositivos luminosos nos veículos que compõem a frota de táxi de Porto Alegre. É uma discussão que  é realizada entre os taxistas e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Inclusive  tivemos uma audiência com o Secretário Municipal do Meio Ambiente e grupo de taxistas para discutir esta questão. Tivemos a  oportunidade de trazê-los aqui,  certa feita,  quando se fazia uma vinculação desse dispositivo luminoso, que seria para propaganda, com a segurança nos táxis.

É uma discussão  extremamente importante e legítima. No entanto, aprovar o Projeto de Lei da forma  como está aqui, onde se faculta a colocação  de dispositivos  luminosos nos táxis,   sem uma discussão de fundo  sobre a propaganda  ao ar livre,  sem uma discussão pormenorizada  com a Secretaria Municipal de Transportes e a Secretaria de Municipal de Meio Ambiente, não nos parece adequado.

Acho que foi um equívoco   este Projeto ao tramitar nesta Casa sem que o Vereador proponente  tenha tido o cuidado  de articular debates nas Comissões e nesta Casa para que o seu Projeto tivesse o apoio de todos os Vereadores. Sem que tivesse articulado isso com a Administração Pública Municipal e com a legislação atinente a esse segmento.

Em princípio, não sou contra que tenhamos a possibilidade da propaganda nos táxis. Quero discutir essa  questão sob o ponto de vista técnico, mas pormenorizadamente,  com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Tenho, inclusive,  uma posição de que seria possível , mas eu preciso ter garantias do tipo de publicidade, do formato desse luminoso, porque eu verifiquei no Rio de Janeiro que o formato que existe lá é uma verdadeira afronta ao visual da Cidade. Claro que, se isso gerar recursos  para que os nossos taxistas consigam colocar um dispositivo de segurança com monitoramento, como foi demonstrado aqui nesta Casa por iniciativa nossa, isso pode ser discutido. No entanto, da forma como o Projeto está redigido, e  como ele não está articulado com todos esses segmentos, eu encontro dificuldades para aprová-lo. Porém  estarei completamente aberto para discutir e encaminhar, junto com outros Vereadores, uma solução para esse  - eu diria até - demorado Projeto.

Sei que nós temos responsabilidade, inclusive, na demora de uma solução para essa questão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em discussão o Projeto de Lei do Ver. Jocelin Azambuja, que faculta a colocação de dispositivos luminosos nos veículos da frota de táxi de Porto Alegre. Este projeto teve a sua tramitação iniciada em março de 96, tendo, na Legislatura anterior, merecido aprovação da CCJ, da CEFOR e da CUTHAB. Por não ter recebido análise da CEDECONDH,  não pôde ser votado em 96. Como conseqüência, foi arquivado, nos termos dos artigos 107 e 108 do Regimento da Casa, tendo, nesta Legislatura, o autor, Ver. Jocelin Azambuja, requerido o seu desarquivamento, o que foil deferido em 3 de março do corrente ano. Retornando à Comissão de Justiça, não me coube outra linha senão manter a posição já exarada anteriormente, o que logrou a aprovação do Parecer, ainda que com restrições dos Vereadores João Motta e João Dib. A matéria continua a sua tramitação e mais uma vez recebe a aprovação das demais comissões da Casa, com exceção daquela que não havia analisado o Projeto na Legislatura passada, ou seja, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que aprova o Parecer do Ver. Renato Guimarães que, em base, diz o seguinte: "Em diversas consultas por nós encaminhadas junto a taxistas profissionais e a entidades representativas de taxistas autônomos, constatamos, entre os consultados, uma opinião unânime contrária ao referido Projeto de Lei do Legislativo, uma vez que o acionamento do equipamento proposto pode levar ao cometimento de erros e injustiças  irreparáveis, ocasionados por suspeitas infundadas, impostas por um cotidiano de tensão e insegurança dos profissionais. Neste sentido, embora reconhecendo o mérito da preocupação do autor em relação à segurança dos motoristas de táxis, encontramo-nos sensibilizados pelas ponderações dos profissionais acima citados, o que nos leva a posicionarmo-nos contra o Projeto  de Lei em epígrafe. Pela rejeição. Aprovado pela unanimidade.

Está estabelecida a sua discussão, as duas posições. Em princípio - quero dizer, com toda a sinceridade que todas aquelas coisas que facultam às pessoas  fazer ou deixar de fazer alguma coisa, têm a minha simpatia prévia, porque facultar é dar liberdade, e dar liberdade é agir da forma como entendo que a sociedade como um todo deveria agir, isto é,- em liberdade, com responsabilidade. O alertamento que traz o Ver. Renato Guimarães em  seu Parecer, aprovado pela unanimidade da sua Comissão, nos oferece essa indagação sobre a procedência daquilo que foi aqui colocado, isto é, que na tentativa de se criar e se facultar um instrumento de segurança aos motoristas de táxi, nós estejamos criando um mecanismo de insegurança para a sociedade como um todo, que poderia, aqui ou acolá. ser surpreendida por um acionar equivocado de um dispositivo que colocaria em sobressalto a cidade quando não estivesse ocorrendo essa situação de risco absoluto que justificasse o acionar do equipamento, que existiria ou não no táxi, na medida em que é facultada a sua colocação e não determinada a obrigatoriedade da utilização desse equipamento.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  esse Projeto de Lei, que aparentemente é simples, merece essas divagações e esse aprofundamento, até porque, longe de nós querermos coibir a capacidade legislativa de alguém, nós estamos aqui discutindo não a capacidade de alguém propor, mas debatendo a conveniência de ser adotado algum  ponto de vista colocado no Projeto de Lei, como o foi pelo Ver. Jocelin Azambuja, com a mais nobre das intenções, visto que a preocupação desta Casa com a segurança dos motoristas de táxi só tem similar e só é superada, se considerarmos a preocupação da Casa com relação à segurança em geral. Nós todos temos esse tipo de preocupação e todos nós entendemos ser válido criarmos mecanismos capazes de prevenir, de se antepor, de,  premonitoriamente, evitar situações como essa.

Resta, agora, neste momento, a grande indagação: saber se o mecanismo efetivamente contribui para realização dos objetivos do autor,  que são ocupação e preocupação de toda Casa. Ou se é o contrário: apresentam riscos plausíveis e ponderáveis de, ao invés de propiciar a segurança de alguns, equacionar a insegurança de muitos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini, está com a palavra para discutir. (Pausa.) Ausente. Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.)

                 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães,  para encaminhar.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, respondendo à solicitação da COSMAM, fizemos um conjunto de indagações ao Sindicato dos Taxistas, a profissionais, à Secretaria Municipal dos Transportes, e nas respostas que recebemos dessas investigações, construímos o Parecer contrário ao Projeto do Ver. Jocelin Azambuja. Sabemos que a intenção do Vereador é oportuna; vivemos um momento de insegurança, portanto, entendemos que o Vereador vem colaborar com soluções para a questão da insegurança que rodeia os nossos profissionais do trânsito, principalmente, os taxistas da noite.

Gostaria de expor, aqui, o relato de algumas situações envolvendo taxistas. Conversando com o pessoal do Sindicato, contaram-me que, de certa feita, um motorista de táxi apanhou um passageiro na Av. Osvaldo Aranha, de madrugada, que o mandou seguir em direção ao Bairro Partenon. O motorista, meio desconfiado, quando chegou numa sinaleira, na Av. Bento Gonçalves, parou o carro e saiu correndo em direção à viatura dos brigadianos. Os brigadianos cercaram o táxi, retiraram o passageiro, autuaram o homem, e no procedimento de retirada do passageiro, caíram os seus documentos dentro do táxi. Mas, no final das contas, foi esclarecido que o passageiro era um trabalhador, vítima da desconfiança originada por toda essa insegurança em que vivemos; portanto,  cometeu-se uma injustiça.

Por essa e por outras situações relatadas, os taxistas acham que é problemático se instalar um dispositivo desse, que poderia fazer com que se cometam erros e injustiças e, em alguns casos, serem  irreparáveis.

Então, vimo-nos na obrigação de tecer esse Parecer pela rejeição do Projeto, entendendo que há necessidade de se fazer um amplo debate sobre essa questão da segurança pública e quais são as formas que nós devemos construir para atacar a questão da segurança pública. Do ponto de vista da Bancada do PT, não é com esse dispositivo, porque além de pôr o taxista numa situação de insegurança, poria os próprios passageiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrado os encaminhamentos. A Ver. Maria do Rosário requer votação nominal. (Após a chamada.)  O Ver. Guilherme Barbosa troca o seu voto de abstenção para não; o Ver. João Dib troca o seu voto de abstenção para não; a Ver. Anamaria Negroni vota sim; o Ver. Reginaldo Pujol vota sim. Portanto APROVADO o PLL nº 89/96 por 14 votos SIM; 12 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

Declaração de voto. (Lê.)

"Há um debate em curso com a SMAM e a SMT para que seja construída uma posição acerca do uso de luminosos de propaganda e dispositivos de segurança nos táxis. Por ser uma discussão profissional, voto não.

a) Ver. Adeli Sell.”           

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1925/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/97, de autoria da Vera.. Sônia Santos, que denomina Praça Eunice Jacques um logradouro público localizado no Bairro Teresópolis.

 

Pareceres

-   da  CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Vera.. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto;.

-  da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em discussão o PLL nº  120/97. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. A Vera. Sônia Santos está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto de Lei de minha autoria, denominando Eunice Jacques uma praça localizada no Bairro Teresópolis, é uma justa homenagem desta Cidade àquela jornalista, cuja morte prematura abalou a todos nós. Eunice Jacques foi uma personalidade que, através de seu talento, inteligência e simpatia, semeou, ao longo de sua existência, amizade e admiração. Nascida em Bagé, passou a infância em Montenegro, a adolescência em São Leopoldo. Mais tarde, estabeleceu-se em Porto Alegre, adotando esta Cidade como a cidade do seu coração e, hoje, através dos seus representantes, presta esse tributo  a sua memória.

Eunice Jacques teve uma carreira brilhante que dignificou a imprensa gaúcha. Trabalhou na Revista do Globo, em l964,  no jornal  Folha da Tarde e no Jornal do Brasil. Ingressou no Jornal Zero Hora em 1979 como repórter especial. Também foi professora de Técnica de Redação na Faculdade de Meios de Comunicação da PUC, onde publicou quatro livros. Além de suas atividades no jornal, participava do programa Ponto de Vista na TV COM.

Faço uso das palavras de Moacir Scliar para finalizar meu pronunciamento. "Ela era a combinação de doçura e eficiência, ternura e firmeza; tinha grande talento jornalístico, com alta dose de simplicidade e empatia. "

Por todos esses argumentos, nada mais justo que deixar uma lembrança permanente a uma cidadã ilustre, conferindo o seu nome a uma praça desta Cidade. Vamos nos empenhar para que a referida área verde esteja sempre bem conservada, fazendo jus a sua denominação. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt,  para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em geral não me pronuncio a respeito desses projetos, porque, como disse a Vera. Sônia Santos, dificilmente alguém vai votar contrário. Mas eu quero fazer um registro aqui, Vera. Sônia Santos, porque é um registro que se impõe, talvez, como um desafio a esta Casa. É importante que nós homenageemos a Jornalista Eunice Jacques, mas é importante que façamos alguma coisa a mais. Se a Eunice morreu  fisicamente há pouco tempo atrás, como jornalista, na verdade perdemos a Eunice há alguns anos - e o Ver. Lauro Hagemann certamente sabe disso - para o jornalismo, como escritora. 

A Eunice deve ter deixado, nos seus pertences, no mínimo um ou dois originais inéditos. E acredito que V. Exa, que tomou a iniciativa de propor esta homenagem  aqui na Casa, poderia continuar o trabalho ajudando a “desencavar” esses originais,  fazendo contato o Instituto Estadual do Livro, talvez com a Secretaria Municipal de Cultura, talvez através desta Casa, ainda na gestão do Ver. Clovis Ilgenfritz, ou posteriormente, porque a Eunice não escrevia apenas como jornalista; ela também produziu ficção e poesia. Mas, infelizmente, o jornalismo tem dessas coisas, ele acaba nos envolvendo e assoberbando. Na medida em que Eunice se envolveu com chefias e editoriais, acabou escrevendo e guardando aquilo que não era do jornalismo, que era produção imediata, e perdemos um pouco dessa capacidade da Eunice que, acredito, não deve ser perdida.

Ainda que se tenha dado a morte física da jornalista Eunice Jacques, o que ela produziu não pode ficar perdido.

Quero deixar esse registro, porque  acompanhei a Eunice, à distância, nos últimos anos, talvez por ocupações diferenciadas, mas somos mais ou menos da mesma geração, e, no início dos anos 60, quando começamos a organizar todo o trabalho do Instituto Estadual do Livro, a Eunice participou desse esforço. Ela produziu textos, que chegamos a conhecer, e pelo menos um romance acabado, pronto. Ela nunca teve  a coragem de torná-los públicos e correr aquele risco que todos que publicam correm, que é exatamente o comentário, a crítica , a reação.

Quero agradecer a confiança do Ver. Nereu D'Ávila, na Liderança do PDT,  do Ver. João Dib, na Liderança do PTB e dos companheiros do PSDB. Penso que a homenagem é importante, mas acredito que podemos fazer mais pela memória da Eunice e, ao mesmo tempo, pela cultura do Rio Grande e de Porto Alegre. A Eunice possui inéditos;  teríamos que fazer o contato com a família para resgatar esses inéditos e publicá-los. Fazer aquilo que  ela, por algum motivo, na sua humildade ou na falta de coragem, que é comum nas pessoas, não concretizou.

Acredito que não podemos abrir mão disso, até em respeito à memória de Eunice. No mais, evidentemente, a favor da promoção de V. Exa., e espero que tenha o apoio de todos os membros da Casa, porque Eunice foi uma pessoa atuante em toda a Cidade, através das páginas do jornal Zero Hora, e merece ter o seu nome ligado à Cidade através de um espaço físico que seria uma praça em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o PLL 120/97. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por  unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2236/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 030/97, que declara de utilidade pública  a Associação Instrução, Educação e Caridade.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em discussão o  PLE 030/97. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2433/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/97, que autoriza o Município de Porto Alegre a firmar convênio com METROPLAN, ABES/Seção RS e outros Municípios, com vistas ao gerenciamento integrado dos resíduos sólidos gerados nos municípios conveniados.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB E COSMAM. Relator-Geral Ver. Elói Guimarães: pela provação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE 035/97. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para discutir.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, faço questão de inscrever-me na discussão desses Projetos, para voltar a um tema. Talvez seja uma posição isolada minha, mas a qual vou manter, porque considero importante, em relação ao respeito e à autonomia desta Casa.

Na sexta-feira passada eu levantava, a propósito de um outro Projeto que vamos discutir em seguida, o que eu considero uma absoluta falta de respeito da Administração Popular em relação a esta Casa, do Poder Executivo para com o Poder Legislativo, o fato de mandar, a cada vez que vêm projetos sérios e importantes como esses, tão-somente, duas folhas isoladas e que, ainda por cima, não trazem nenhuma objetividade, a não ser repetir, com outras palavras, o que o Projeto depois desenvolve bem mais concretamente, não permitindo à Casa e a nenhum Vereador interessado qualquer análise aprofundada do Projeto ou da proposta.

É lamentável que, ao contrário do que ocorre com os projetos de compra e venda ou permuta de áreas,  em que nós sempre os recebemos anexo ao projeto que tramita nesta Casa, o chamado "processo azul" ou "processo interno" que tramita na Prefeitura, estes projetos, o Executivo Municipal teima, categoricamente ao longo de toda a Administração Municipal, de omitir ao Legislativo. A situação que temos é que a Lei Orgânica, em má hora, pelo menos na interpretação da Administração desde 1988, entende que não precisa mandar convênios e contratos para discussão e aprovação desta Casa. Não mandam. Fazem lá no Executivo, e esta Casa não toma ciência. Quando chegam esses Projetos autorizativos aqui, eles vêm, quase sempre, dentro da tática, da estratégia de deixar vencer os 30 dias e às vezes nem os 30 e, na segunda Sessão de discussão de Pauta, imediatamente, pede-se a urgência, pede-se a Comissão Conjunta e Retira-se os Projetos da discussão pública da Casa.  Nenhum Projeto desses passou por nenhuma Comissão, houve apenas a Comissão Conjunta, e nenhum Projeto desses, vindo com qualquer documento, permite aprofundamento por parte dos Vereadores.

O Ver. Renato Guimarães dizia na Sessão passada, quando o Secretário Utzig esteve aqui, em visita à Casa, e que este Vereador esteve ausente e por isso não está informado. Ausente ou presente quero insistir, é obrigação do Executivo enviar documentos à Casa. Imagine-se o Executivo Estadual não enviando à Assembléia Legislativa documentos em relação aos contratos, aos projetos, às autorizações que são votadas no Legislativo Estadual.

Eu insisto nesta posição que, para mim, é muito curiosa, muito significativa, de o Executivo teimar, apesar de todas as reivindicações e reclamações. No ano passado, o Ver. João Verle, na presidência da Comissão de Finanças e Orçamento foi companheiro nesta disputa, apesar de Vereador integrante da Administração, na nossa Comissão,  sempre que cobrei esse tipo de situação, ele foi companheiro no sentido de aceitar a diligência, de devolver o projeto ao Executivo, de exigir, junto conosco, que o Processo interno viesse, se não há o que esconder, não há por que não enviar os processos para esta Casa. Por este motivo, sem entrar no mérito dos projetos, mas não querendo ser conivente em nenhum momento, nem com desrespeito à Casa, nem com as decisões que serão tomadas e das quais nenhum Vereador aqui têm base segura do que vai votar, porque não dispõe do processo interno, dispõe apenas de uma versão reduzida, assinada pelo Sr. Prefeito Municipal e na qual, na maioria das vezes, ele diz que dispensa-se de maiores debates e discussões pela obviedade da importância do Projeto. Apesar disso, também é óbvio que todo e qualquer Vereador, em nome dos cidadãos da Casa, tenham o direito de discutir. Quero lembrar aos companheiros do PT, respeitosamente, que essa posição minha não é de hoje, ela é a marca da minha presença nesta Casa ao  tempo em que o Prefeito era  João Dib, ao tempo em que o Prefeito foi Alceu Collares, e depois ao tempo em que o Prefeito foi Olívio Dutra, quando eu integrava o PT. Acho que é um desrespeito à Casa, como Instituição, e é um desrespeito a cada Vereador omitir o Processo Interno e não permitir aprofundar as discussões.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador. ) Vereador peço que V. Exa. libere as notas taquigráficas, pois esta Vice-liderança  as mandará aos companheiros de governo, comprometo-me de gestionar para que todos os acompanhamentos, nos outros processos,  venham a esta Casa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT:  Agradeço, Ver. Adeli Sell, talvez eu tenha em V. Exa. o companheiro de luta nessa questão, como tive no período anterior com o Ver. João Verle. Não vou entrar no mérito dos projetos.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, o seu tempo está esgotado. O Ver. Sebenelo está inscrito e cede seu tempo a V. Exa.,  com a concordância do Ver. Reginaldo Pujol, que se inscreveu antes.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sobre a questão dos documentos  V. Exa. tem inteira razão.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Hoje, com esta posição, sinto-me mais tranqüilo neste Plenário, e peço aos Vereadores Adeli Sell e José Valdir que entendam o porquê de eu não votar nesses Projetos. Espero que além dos discursos eu possa ter realmente nos dois Vereadores um apoio a minha posição.  É nossa obrigação, e aí não tem diferença entre situação e oposição, porque tenho certeza de que nem os Vereadores   Adeli Sell, José Valdir  e Renato Guimarães, da situação, tiveram acesso aos processos internos, inclusive eles não viram ou acompanharam o debate anterior a respeito deles.

 Também eles sofrem a pressão do Projeto chegar aqui pronto, discutido e entrar para a votação.  Está na hora de esta Casa, de fato, assumir uma   posição que lhe compete, de Legislativo. Vejam que tenho vários dos processos de permutas  e vendas de áreas pedindo diligências. Há algum tempo, levantavam aqui uma questão de uma Emenda em que o Ver. Juarez Pinheiro se colocava em posição contrária e, posteriormente, verificaram que eu tinha razão e se aprovou a Emenda que eu trouxe, dessa maneira melhorando o Projeto e se evitando que ele, Projeto, parasse, que acabasse trancando no cartório, porque lá, na hora do registro,  verificariam  que, o que a Casa aprovou, não poderia ser registrado. A minha preocupação, e dizia isso ao meu prezado João Verle, Diretor do DEMHAB, que está aqui hoje nos visitando, inclusive eu nem entro na discussão do mérito, aliás não é nem responsabilidade desse Vereador de o processo  azul, chamado  Processo Interno, não estar aqui, mas, lamento que essas discussões não se dêem com o Processo Interno.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero reafirmar a correção da sua cobrança. Vamos mandar suas notas ao Governo. Agora, as informações sobre esse Projeto e os outros, creio que fizemos uma bela discussão aqui. Existem até os elementos para votar favoravelmente,  porque é do interesse da coletividade.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Adeli Sell, apanhando a sua intervenção quero dizer o seguinte:  acho que o debate foi muito bom. Conversei com meus companheiros de bancada. Só acho que a nossa obrigação não é de votar em cima de um debate. É de votar em cima de um documento, em cima do que está escrito. E essa é a minha cobrança. Apenas essa. Não entro nem no mérito. Sinto-me absolutamente prejudicado. Ouvi e li posteriormente o apanhado taquigráfico com o Secretário Utzig, conversei outra vez com o Ver. Verle. Não tenho dúvida sobre o mérito e o interesse. Agora, da mesma forma que não tenho dúvida, não tenho a mesma segurança sobre condições as quais vamos votar, porque quero lembrar que, no ano passado, votamos um projeto do DMAE e que  teve que ser mudado pelos erros que continha, e depois, na hora da assinatura o convênio não foi possível.

E a alegada urgência urgentíssima, que o Ver. Nereu D’Ávila deve lembrar no ano passado, quase final do ano, se transformou num atraso de quase seis meses por causa do erro cometido, não por esta Casa, mas lá do Executivo, e que, quem sabe, se tivéssemos examinado os documentos aqui, teríamos impedido os erros e levado mais 24 ou 48 horas para votar, mas teríamos conseguido corrigir e votar corretamente. Essa é a minha cobrança. Não vou nem entrar no mérito. Eu não me sinto em condições de discutir o mérito desses projetos, mas não vou aceitar, de fato, essa posição prática reincidente que temos enfrentado em relação a esses projetos. Fiz questão de utilizar o tempo da discussão, porque não estou falando necessariamente em nome dos meus companheiros, mas é a minha posição particular a manterei votando contrário aos projetos por esses motivos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Reginaldo Pujol está com a palavra, para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no primeiro dia em que este assunto esteve em Pauta, nós estivemos, aqui, na tribuna, e lemos, simplesmente lemos, Ver. Nereu D'Ávila, a manifestação da Procuradoria da Casa que, textualmente, diz "que o Convênio prevê a implantação de um aterro sanitário no Município de Gravataí, onde serão depositados os resíduos sólidos  dos Municípios convenientes - Art. 3º, Parágrafo Único.”

O Artigo 4º autoriza o Município a realizar obras, fornecer equipamentos, pessoal especializado e assessorar o Município de Gravataí com o objetivo de recuperar o lixão existente e implantar o aterro sanitário na localidade de Santa Tecla, localizada em Gravataí. Na execução do Convênio, o Município de Porto Alegre será representado pelo Departamento de Limpeza Urbana.

 O Convênio é mais um dos instrumentos que a Administração Pública dispõe para atender o interesse público e promover o bem comum.

A doutrina nos fornece o seguinte conceito de Convênio: “Convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie e  organizações particulares para realização de objetivos  de interesse comum dos partícipes.”  Definição de Eli Lopes Meirelles. "Os Convênios não têm forma própria, todavia encontramos na lei." Chamo a atenção dos Senhores que eu estou repetindo o que fiz anteriormente. Encontramos na Lei 8.663/93, normas atinentes a esta matéria. "A Lei de licitações e contratos dispõe: Art. 116 - Aplicam-se as disposições desta lei no que couber  aos Convênios acordos, ajustes de outros instrumentos congêneres, celebrados por órgãos e entidades da Administração. Parágrafo 1º do Artigo 116: A Celebração de Convênios, órgão ou ajuste por órgãos ou entidades da administração pública, depende de prévia aprovação do competente Plano de Trabalho, proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: 1) Identificação do objeto a ser executado. 2) Metas a serem atingidas; 3) Etapas ou fases de execução; 4) Planos de aplicação de recursos financeiros; 5) Cronograma de desembolso; 6) Previsão de início e fim da execução do objeto, da conclusão das etapas ou fases programadas; 7) Seu ajuste de compreender obras ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados  salvo se o custo total do empreendimento recair sobre entidade ou órgão descentralizador".  O parecer prévio conclui dizendo  que: " O dispositivo consignado estabelece os requisitos mínimos que deverão  tangenciar a celebração dos convênios, sendo que  esse preceito constitui uma norma geral a ser observada por todos os entes da Federação ao utilizarem esse instrumento". Sobre os aspectos jurídicos essas são as considerações cabíveis.

Não sei,  Ver. Antonio Hohlfeldt, se o que Vossa Excelência buscava com o Projeto azul era o mínimo de respostas a essas indagações da Procuradoria do Município, órgão técnico isento, que levanta todas essas colocações, que foram motivo para nosso posicionamento há alguns  dias, pedindo que fosse, ao menos, remetido para esta Casa a cópia da minuta do convênio que haveria de ser celebrado mediante autorização deste Legislativo. Quero, inclusive, fazer justiça ao Líder do Partido dos Trabalhadores desta Casa, Ver. Gérson Almeida, que diante das minhas insistentes cobranças, me entregou uma cópia da lei e da minuta do convênio que vai ser celebrado pelo município de Gravataí, mas o de Porto Alegre ainda não chegou às nossas mãos.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Reginaldo Pujol  o tempo de V. Exa. encontra-se esgotado. Este Vereador se inscreve e lhe cede o tempo com a anuências dos demais inscritos. O V. Exa. dispõe de mais cinco minutos.

 

O Sr. Gerson Almeida: Em primeiro lugar quero saudar o Ver. Reginaldo Pujol em função da rapidez com que  trabalhou com o processo quando  conversamos sobre isso  na Comissão. Em segundo lugar, quando lhe dei a cópia do convênio feito pela Prefeitura de Gravataí  no mesmo dia em que me solicitou e como é um consórcio coordenado pela Metroplan que é a gestora, ele é um convênio único e padrão. Forneci-lhe a cópia para que, em sendo autorizado o Município de Porto Alegre a fazer o convênio, ele vai se submeter às prerrogativas,  limitações e regras que a Metroplan, em comum acordo com os 6 municípios consorciados, está definindo. Nesse sentido, gostaria de fazer esse esclarecimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço a V. Exa. pelo aparte e, também, ao Ver. Clovis Ilgenfritz, pela cedência do seu tempo. Realmente, o Ver. Gerson Almeida confirma fatos que ocorreram e que nós dois fomos os envolvidos. Haverá de ser confirmado também que na ocasião em que houve a nossa manifestação, houve a informação de que viria essa minuta. Nós recebemos essa contribuição do Ver. Gerson Almeida como uma tentativa de apressamento da análise do Projeto que estava sob a nossa guarda,  designado pela Comissão de Justiça e quando se pretendia  que a matéria viesse ao debate deste Plenário, ao mínimo, com a manifestação da Comissão de Justiça e, não, com o Parecer Conjunto conforme foi mais tarde o caminho enveredado diante da circunstância que o processo estabeleceu.

Eu quero dizer, claramente, que as informações que eu tenho a respeito do objeto central do projeto de lei, ou seja, esse trabalho coletivo de 5 municípios da Região Metropolitana no sentido de se cuidar da destinação do resíduo sólido de forma conjunta, são as mais favoráveis possíveis à aprovação do Projeto. O que estou querendo colocar, aqui, nesta tribuna é que eu não entendo por que  um Projeto que tem tamanhas características favoráveis tenha tamanha insuficiência de instrumentalização criando, num assunto que teria que ser pacífico, tranqüilo aqui na Casa, dificuldades de toda ordem para a sua aprovação.

Eu não sou uma pessoa que tenha má fé, nem idéia  pré-concebida de achar que a ausência de informações maiores é para que a Casa dê uma autorização tão ampla, tão aberta que permita até se fazer coisas que não estão previstas dentro do convênio. Eu  sou  um  homem de  reto propósito e não costumo pré-julgar os outros, mas fico assaltado com essas dúvidas diante de que tamanha tem sido a cobrança de documentações nessa ordem que o próprio Ver. José Valdir, inclusive, faz um aparte ao Ver. Antonio Hohlfeldt de forma imperativa, e diz: "Com relação aos documentos, V. Exa. tem razão." Ponto. E não fala mais nada. Porque tem sido constante essa nossa cobrança, Ver. Gerson Almeida, e  V. Exa., que é um esforçado Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, não tem essa contribuição na retaguarda. V. Exa. está aqui na condição daquela pessoa que serviu um "filé mignon" na mesa do consumidor e esqueceram de colocar no "filé" o sal, dar o tostamento, dar as condições de consumo tranqüilo que um prato delicioso como este enseja. Um convênio com essa natureza, com essa ordem, com esse objetivo, com a busca de posicionar mais de um município frente a uma situação que nós sabemos que não mais pertence aos limites do município, é um convênio destinado previamente a ser aprovado por esta Casa. Por que é que dificultam isso, não fornecendo elementos  mínimos para que a Casa possa ter uma decisão serena?  Não estaríamos nós aqui, discutindo, se houvesse mais essa soma de detalhes.

Reconheço, Ver. Gerson Almeida,  o seu entusiasmo, o seu empenho, a sua dedicação ao trabalho de coordenação da Bancada do Partido dos Trabalhadores e dos interesses do Executivo nesta Casa, mas receber, com toda a sua boa vontade, uma cópia da lei de Gravataí, que já se declara aderente a um convênio, a um convênio que nós ainda não deliberamos, não é o que idealizaríamos como instrumentalização adequada para que esta Casa pudesse fazer hoje aquilo que eu temo não poder fazer, ou seja, votar favoravelmente a uma matéria que engloba um mérito altamente qualificado, mas que se desfigura na medida em que não se instrumentaliza adequadamente este Legislativo para votar a matéria. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Além de registrar a presença do ilustre Secretário José Eduardo Utzig, da Secretaria Extraordinária de Captação de Recursos, registramos com muito prazer a presença do Vereador e Diretor do DEMHAB, João Verle; também a presença do Sr. Ricardo Göten, da Secretaria de Governo.

Queremos apregoar um Requerimento assinado pelo Ver. Juarez Pinheiro, que está pedindo para anexar ao  PLL nº 40/97 - Pró-habitação, um documento que foi entregue em mãos pelo atual Diretor do DEMHAB, João Verle. Estaremos anexando ao Processo esse documento valioso e detalhando todas as aplicações das verbas, conforme o solicitado. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Sobre esse  Projeto da Metroplan é bom que se diga à Casa  que, fora o debate que se fez em Plenário a respeito do assunto e as informações trazidas em Plenário, a Bancada da situação convidou o Prefeito para vir à Câmara e reunir-se com as Lideranças para que o Projeto pudesse ser explicado.

 O Ver. Carlos Garcia estava presente, assim como o Ver. Isaac Ainhorn e o Ver. Paulo Brum. Um conjunto de Vereadores, representando as Bancadas, estive na reunião com o Prefeito e com assessores, quando foi trazido um conjunto de informações sobre o Projeto. Foi feito um conjunto de questionamentos.

Gostaria de registrar que a COSMAM também fez uma reunião com convocação para toda a Casa, onde estiveram os representantes do DMLU, que trouxeram um conjunto de informações sobre o Projeto. Estavam presentes  este Vereador e o Ver. Pedro Américo Leal.

 Esse Projeto - não entrando no mérito desse debate, se essas informações do Processo, da pasta não sei que cor têm que estar ou não - esse Processo da Metroplan, o Processo do BID e  os Pró-saneamento e Pró-moradia tiveram amplo debate com informações nesta Casa.  Estou novamente alegando isso não para fugir do debate sobre se tem que ter ou não documentos que informem dentro do Processo e sejam inseridos no projeto desta Casa. Nós estamos postergando a votação de cinco projetos muito importantes para a Cidade. Projetos que possuem prazo para as suas assinaturas. Eu gostaria de dizer que foi realizada uma reunião com a COSMAM em que estiveram presentes representantes das secretarias interessadas, o DMLU e o próprio Prefeito trouxeram informações e a Bancada também prestou informações em Plenário.

Nós Vereadores temos obrigação de cobrar informações, mas, os projetos da Metroplan, Pró-Saneamento, Pró- Moradia e o BID já foram informados suficientemente, pois circularam pela Casa documentos que superam qualquer processo interno do Executivo Municipal.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou ficando cansado. Em 1980 no final do ano eu deixei a Secretaria de Obras e fui para Secretaria do Governo. Era o período do autoritarismo, como dizem os nobres e eminentes Vereadores do lado de cá.

Como Secretário de Obras eu havia encaminhado um projeto para a pavimentação da avenida Augusto de Carvalho  - essa mesma que o PT não quer fazer o carnaval, porque não foi ele quem inventou o lugar para isso - e tínhamos recebido quinze milhões de cruzeiros como doação para se construir a avenida.

Depois de realizada a concorrência pública a obra ficou em vinte e três milhões de cruzeiros. Ora, para quem já tinha quinze milhões , não realizar a obra seria tolice. Então fizemos o projeto e só faltava a aprovação da Câmara. Era o último dia de votação na Câmara  e a Câmara teria que aprovar. Era  o último dia de votação na Câmara, mas  tudo documentado. O Ver. Glênio Peres, Líder do MDB, não aceitou, porque não  estava suficientemente  instruído. Fui lá e disse para ele todas as coisas que precisava, ele me disse: "Acredito na sua palavra,  amanhã  de manhã o  senhor me traga os documentos  e nós votamos agora". Era o último dia. No dia seguinte,  levei o que faltava dos documentos. Isto aqui, esta coisa aqui,    tem uma aula que foi dada pela Procuradora da Casa ao Executivo como deve  fazer um Projeto de Lei. Na realidade,   perguntaram-me  como é  a abertura  de crédito orçamentário.  Eu respondi:  isso é o normal, tudo bem e tal.  Depois, pensando bem sobre a responsabilidade que  tenho, vou votar favoravelmente,  não se preocupem  de dizer que é uma coisa boa, porque todos nós queremos as coisas boas para a  Cidade, mas eu também vou dizer que, a partir de hoje, eu não voto mais nada  nessas condições. Acho que  a Câmara deve mandar uma cópia do Parecer da Procuradora para a  Prefeitura. Eu já  disse nesta  tribuna muitas vezes, depois, como  eles me mandaram um desaforo,  tive que trocar a correspondência  com o Procurador, então  desisti. Eu iria lá assessorar gratuitamente, uma ou duas horas por dia, só para ler, porque é uma barbaridade.

Depois o Prefeito pede uma audiência como se nós não tivéssemos mais nada para fazer, o processo tem que vir  instruído, eu leio de manhã, de tarde, de noite,  a hora que eu puder. Ele pede uma audiência  que é marcada no momento da Sessão Plenária, ou nós fazemos a Sessão Plenária  ou atendemos o Prefeito. O que falta é  responsabilidade, é  competência para mandar o processo informado.

Não sei  quanto vai custar esse convênio, se são milhares, milhões, centavos ou reais. Sei que é uma coisa correta, não ponho nenhuma dúvida.  Agora,  pelo amor de Deus,  não me mande mais nada deste tipo aqui,  porque  este é o pior que já entrou aqui, os outros,  do DEMHAB, DMAE e DEP  ao menos tinham  informações bastante preciosas no meu entendimento  para quem conhece a Prefeitura como eu conheço, mas este aqui não tem nada, a não ser o desejo de fazer uma Cidade mais limpa e melhor, isso é louvável, mas tão-somente  louvável, o resto é nota zero. Muito obrigado. Saúde e paz.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):  Por cessão de tempo da Vera. Anamaria Negroni, tem a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Dib toca na segunda questão que, ainda não é a questão de mérito, mas é uma questão, de qualquer maneira, ligada ao debate que estou querendo fazer aqui, que é exatamente o direito, e diria mais, o dever de os Vereadores receberem mais dados do que essas parcas duas folhas, nem tão diplomáticas assim, assinadas pelo Sr. Prefeito Municipal, e as duas folhas do Projeto. Vejam, Srs. Vereadores, que no Parágrafo Único do art. 4º se diz que "as obras a serem realizadas consistem em: instalação de balança eletrônica, construção de prédios administrativo e operacional, reservatório de água, sistemas de drenagem para líquidos e gases, construção de acessos internos, impermeabilização, postos de monitoramento, sistema de tratoramento de chorume, cobertura primária final dos resíduos aterrados", e vai por aí afora.

O Diário Oficial da semana passada traz um contrato de emergência do DMLU, exatamente para carregar chorume, sem licitação, sob a alegação de emergência, só que no contato que fizemos com os técnicos do DMLU, Ver. João Dib, eles disseram que os técnicos da SMAM e do próprio DMLU cansaram de alertar o Sr. Secretário do Meio Ambiente e o Diretor do DMLU a respeito da necessidade do encaminhamento da questão, e as autoridades eminentes dos órgãos fizeram "ouvidos moucos". Aí, como tinha a semana do meio ambiente, e ficava chato não se fazer nada, então, se contratou uma empresa sem licitação. Mais do que isso: chamo a atenção dos Srs. Vereadores que o que estamos aprovando, através da fixação deste convênio,  é a atividade do Município de Porto Alegre no âmbito de um outro Município, porque de fato vai ser firmado o gerenciamento e as atividades no âmbito do Município de Gravataí. E esta Casa vai aprovar, em tese, uma série de atividades que não sabemos sequer se de fato levarão em conta, por exemplo, a participação, ou não, de empresas do Município de Porto Alegre, porque no convênio poderá, de repente, a Prefeitura de Gravataí ter definido, na sua adesão ao convênio, Ver. Carlos Garcia, o desejo de que só participem empresas, por exemplo, com sede no Município de Gravataí. Nós não sabemos, não vem nada para nos orientar a respeito disso, ou seja, nós estamos aprovando, absolutamente, no escuro uma autorização em que, em última análise, o Município de Porto Alegre vai trabalhar no município vizinho sob o beneplácito da Metroplan, a quem caberá o gerenciamento global e talvez dirimir choques entre um e outro município. Mas nós não temos esse detalhamento aqui no processo.

 

O Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se o Vereador ainda não sabe, eu gostaria de informá-lo de que esse debate também ocorreu na Câmara de Vereadores de Gravataí, onde esse convênio teve ampla aprovação por parte de todas as bancadas daquela Casa. Esse processo está sendo discutido nas outras prefeituras que vão ter interface  com o projeto. A Câmara de Porto Alegre vem a se somar nesse movimento, que não é um movimento só de Gravataí e Porto Alegre e sim dos municípios da Região Metropolitana.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Agradeço o aparte de V. Exa. O problema é que nós conhecemos como é Câmara do interior.  O Prefeito manda o projeto cinco minutos antes de iniciada a Sessão, os Vereadores não têm nem oportunidade de discutir e podem, quando muito, dar sua opinião. Não sei se isso aconteceu em Gravataí. Fico satisfeito se Gravataí está a favor, mas fico muito preocupado, porque ninguém vai ser a favor daquilo que é contra si. Agora, ser a favor de Gravataí não quer dizer, necessariamente, ser a favor de Porto Alegre. Nós teríamos que ter, de fato, conhecimento apesar do "meu Deus do céu" fora do Regimento interno, do Ver. Guilherme Barbosa, o que interessa a Porto Alegre e ter o detalhamento. Mas continuamos sem o detalhamento.

Eu só quis tomar um exemplo mínimo para chamar a atenção dos Vereadores. Nós estamos votando, eu não diria nem um cheque em branco, eu diria um cheque em escuro para a Administração Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Gerson Almeida,  para discutir.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu queria discutir sobre dois  aspectos desse Projeto.  Primeiro, sobre a importância; apesar de ninguém ter falado, contrariamente, a esse ponto, na verdade nós nos deparamos diante dessa proposta  de convênio de uma situação inusitada. É a primeira situação de convênio entre cidades da Região Metropolitana para enfrentarem conjuntamente um tema, que, todos sabemos, cada vez mais tem atormentado as populações das grandes cidades, que é onde colocar os resíduos sólidos produzidos de uma forma assustadoramente crescente. Para citar um exemplo, a cidade de Porto Alegre produz cerca de 1 milhão e 200 mil quilos por dia de lixo.

Nós estamos com o aterro sanitário da zona Norte em processo de esgotamento completo. Pois a FEDAM, corretamente, inclusive o Ministério Público tem conhecimento, determinou a paralisação da utilização do aterro sanitário da Zona Norte em Porto Alegre. Nós conseguimos estender o prazo para mais um ano, exatamente porque estávamos fazendo as obras do aterro sanitário da Zona Sul. Só que sabemos que o aterro sanitário da Zona Sul, também, por ação de vários Vereadores desta Casa - preocupação justa -, inclusive o Ver. Antonio Hohlfeldt, em determinado momento, debateu esse tema. Saibam das dificuldades que tivemos que enfrentar para fazer o aterro sanitário da Zona Sul. Mas ele, de qualquer sorte, não é um lugar adequado para receber toda a coleta de lixo de Porto Alegre. Então é preciso que de fato um problema ambiental desta monta comece a ser resolvido cada vez mais de uma forma articulada entre os municípios, independente de partidos políticos. Por isso que eu digo que é insólito, mas um insólito altamente desejável. Que as cidades da Região Metropolitana, condenadas à tragédia muito grande com relação a questões ambientais, possam, com recursos menores, com excelência técnica e com articulação administrativa comum enfrentar problemas de forma articulada.

A discussão que tem trazido, aqui, à tona, Ver. Reginaldo Pujol e o Ver. Antonio Hohlfeldt, parece-me que, nesse caso, ela não é justa. Primeiro, porque quem coordena, quem administra e quem gerencia esse convênio é a Metroplan, associada à Associação Brasileira de Engenharia Sanitária. São dois órgãos técnicos que me parece, inclusive, não estão sob a égide da  ação política, ou da incidência política do Executivo Municipal.

 A Metroplan reuniu  cinco municípios: o Município de Gravataí entra com o terreno e vai resolver para o seu município uma situação trágica, talvez o pior lixão existente no Estado do Rio Grande do Sul, que queima uma a duas vezes por semana, que coloca pessoas em condições degradantes e que, recentemente, foi objeto de um estudo da Secretaria Municipal da Saúde, sobre ocorrências gravíssimas que aquela situação tem gerado em termos de saúde pública. Porto Alegre, por razões óbvias, por dominar tecnologia, por ter construído um aterro sanitário na Zona Sul, até foi premiado pelo rigor técnico e pela excelência com que foi feito, vai entrar na tecnologia e com  recursos para fazê-lo.  E os demais municípios irão alugar um espaço para colocar os seus resíduos ali. É uma forma inteligente, politicamente correta e administrativamente desejável para enfrentar questões graves que assolam todos esses municípios.

 

O SR. PRESIDENTE: Seu tempo está esgotado. O Ver. Antônio Losada inscreve-se e cede o seu tempo ao Ver. Gerson Almeida com a anuência dos demais Vereadores. V. Exa. tem mais cinco minutos.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Obrigado, serei o mais breve possível. O Ver. Reginaldo Pujol citou um diálogo que tivemos, quando no afã de fazer um relatório preciso e com mais informações possíveis, solicitou-me que apresentasse uma minuta do convênio. Eu, talvez, por equívoco de avaliação, imaginei que, melhor do que qualquer proposta de minuta, seria dar-lhe uma cópia do convênio firmado pela cidade de Gravataí - primeira a ser aprovada, que é o padrão definido pela Metroplan. Vejam só, o Ver. Antônio Hohlfeldt colocou uma suposição possível. Mas  será que  a Prefeitura de Gravataí não colocou alguns senões, que é  usar empresas do município'? Eu quero dizer, primeiro, que o convênio é padrão, não caberia num convênio desse tipo, num consórcio desse tipo, imposição de um ou outro município; segundo, a Lei Geral de Licitações dirime esse tipo de problema, porque não cabe à esfera do Poder Público Municipal, do Legislativo,  definir que é a empresa 'a', 'b' ou 'c' ou as empresas de outras cidades que vão fazer, porque isso obrigatoriamente tem que ser feito seguindo a Lei Geral, a Lei de Licitações.

Parece-me que o art. 5º do projeto, da proposta que veio a esta Casa, diz o seguinte: que é autorizado - é isso que nós estamos votando - a formação de um conselho gestor para o gerenciamento do convênio a ser firmado. Ou seja, não vai haver  a imposição de um município sobre o outro, por maior que seja. Porto Alegre ou a cidade de Glorinha. Na verdade, essa é uma associação criativa, necessária. Eu diria que com esse projeto nós podemos estar inaugurando uma forma muito melhor de gerir questões urbanas importantes como esta que é a associação, a parceria entre vários Executivos municipais, que se juntam para fazer algo que, sozinho, talvez com exceção de Porto Alegre, nenhum outro município tivesse condição de fazer, que é um aterro sanitário dentro dos padrões mais rigorosos de proteção ambiental, coisa que nós aqui no Estado do Rio Grande do Sul não temos, com exceção do aterro sanitário da Zona Norte, o aterro sanitário da Zona Sul, com exceção desses que são reconhecidos. É uma situação lamentável, e nós não podemos nos furtar a essa situação. Glorinha jamais teria condições de fazer isso. Gravataí, há muitos anos tem aquele lixão horrível, não consegue fazer isso, e aí por diante.

Eu acho que as informações, a meu juízo, são suficientes. Não há possibilidade de o Executivo criar qualquer situação que desvirtue o real interesse do projeto e acho que a cidade de Porto Alegre não pode faltar e colocar o seu endosso numa situação como essa, até porque se Porto Alegre não endossar, acredito que dificilmente esse consórcio sairá, porque Porto Alegre é a parte que vai, a rigor, entrar com o principal contribuição, até porque é quem produz mais resíduos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para discutir o PLE n º 25/97.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Renato Guimarães já falou, desta tribuna, que o Prefeito Raul Pont esteve aqui nesta Casa apresentando esse Projeto numa reunião para a qual foram convidados todos os líderes. De imediato, nós fomos solidários, e somos solidários. Entendemos que, dentre os cinco municípios, há um - Esteio, cuja Prefeitura está ao encargo do PSB - que tem o maior problema: não tem onde colocar o seu lixo.

Além disso, logo depois da visita do Prefeito, houve, em Porto Alegre, na Assembléia Legislativa, um grande seminário - o Seminário da Região Metropolitana - do qual todos desta Casa tomaram conhecimento. Assessores do nosso gabinete fizeram parte de uma das Comissões, na qual foi amplamente discutida essa temática.

Entendo que a forma talvez não tenha sido a mais adequada, mas, ao mesmo tempo, dizer que desconhecemos o Projeto, acho muito complicado. E não estou entrando no mérito, porque já se chegou ao consenso de que o Projeto é altamente meritório. Diante disso fica fácil. Além disso, o Prefeito se dispôs a vir a esta Casa, e não foi num dia de Plenário.

Sabemos que todos os Vereadores têm seus compromissos, mas seria interessante que mandassem os seus representantes - o Líder da Bancada ou um outro Vereador - para acompanhar de perto a visita, e talvez grande parte dessas equações pudessem ser solucionadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar e saudar a presença do Ver. Airton Leão, do PDT de Bagé. O colega é representante das pessoas portadoras de deficiência visual em nosso Estado. Seja bem-vindo, Vereador. (Palmas).

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLE nº 35/97.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje, no período de Pauta, eu afirmei desta tribuna que considerava este Projeto de Lei um dos muito importantes, que votaríamos no ano de 1997. É um Projeto de Lei importante não só para Porto Alegre, mas também para várias cidades da Região Metropolitana, e o próprio Convênio assim o determina.  Eu lerei um pequeno trecho de uma matéria trazida pelo Jornal Zero Hora, de 09/05/97: "Região Metropolitana terá Plano Diretor para o lixo". Há uma afirmação do Secretário de Planejamento do Estado, Brum Torres, que diz: "Chegamos a um ponto em que não há solução individualizada. O problema do lixo é uma questão de todos os municípios da Região Metropolitana". Alguns municípios, como é o caso de Esteio, não possuem uma área geográfica, no seu espaço geográfico, tecnicamente indicada, para deposição e tratamento do lixo. Simplesmente não existe mais. Leio, também, no Jornal Zero Hora, de  06/09/97, matéria com o título: "Projeto sanitário integra cinco municípios". São pequenos textos da Jornalista Joana Klein. "O lixo, considerado um dos mais graves problemas ambientais urbanos, é o assunto do primeiro projeto comum a ser desenvolvido por cinco municípios da região". Mais adiante, afirma: "Os municípios pagarão, mensalmente, pela tonelagem de lixo depositado no local. A média do custo de operação de um aterro sanitário é de R$ 8,00 por tonelada". O Jornal Correio Metropolitano, que é semanal, traz uma matéria sobre o tema, no período de 08 a 15 de junho de 1997, que fala sobre quando Vereadores de Gravataí vieram a Porto Alegre conhecer os vários aterros sanitários com a mesma tecnologia. E tem uma afirmação  muito interessante da Vera. Maria Lorena Delfin do PTB de Gravataí. Diz assim a Vereadora: "Eu era contra o projeto, mas depois que vi e entendi como funcionam os aterros sanitários, penso que essa é a solução ideal para Gravataí. " E a reportagem diz mais: os Vereadores: Acimar Antônio da Silva (PSDB), Antônio Meregalli (PT), Néio Lúcio Pereira (PCdoB), Sérgio Mallinoski e Júlio Machado (PMDB), concordaram com a colega." Com este convênio estaremos resolvendo também o problema de outros Municípios, como Esteio que não tem onde por o lixo", diz o Vereador Carlos Medeiros do PTB.

Então, Senhores, este é o quadro.  Do ponto de vista ambiental, o lixo é o problema ambiental mais grave, hoje, do mundo, posso dizer. E assume uma característica muito forte em uma região metropolitana como a nossa. A METROPLAN, a Empresa de planejamento do Estado,  há muito tempo, tem uma posição que caminha nesse sentido, exatamente, de que não haverá solução do lixo da Região Metropolitana que não seja conjunto. É preciso haver consórcio dos vários municípios para a solução  do lixo. Portanto, este convênio que se propõe através  deste Projeto de Lei é a materialização dessa situação. É inclusive um primeiro  movimento. Mais uma vez Porto Alegre,  seja  na nossa administração, ou não, em outras situações, Porto Alegre já foi líder...

 

O SR. PRESIDENTE: O  seu tempo está esgotado, o Ver. Juarez Pinheiro inscreve-se e cede o seu tempo a V. Exa.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Este convênio é a materialização deste encaminhamento e desta preocupação que hoje é geral.

Vejam Srs. Vereadores, que o convênio é com a METROPLAN, portanto,  uma entidade do âmbito Estadual, fora do âmbito do nosso Município, do nosso governo, do nosso Partido. É com a METROPLAN, é de nível Estadual. É também um convênio com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental, uma entidade técnica que trabalha nesse campo do saneamento e é um convênio com quatro outras prefeituras ultrapassando o aspecto partidário. É um convênio cuja preocupação única e exclusiva é com a solução do problema do lixo. Porto Alegre acaba de implementar um novo aterro sanitário lá no Lami, porque o aterro da Zona Norte, que era o antigo "lixão", transformado hoje num aterro, tem seu tempo determinado, até o final do ano o DMLU terá de sair de lá, não poderá mais levar o lixo para lá, porque ele não suporta mais. O aterro da Extrema,  no Lami, tem uma vida útil de cinco anos, o que para uma cidade não é nada, portanto é preciso desde já cuidar para que tenhamos um outro local com um tempo mais longo.

Um antigo estudo feito na gestão Olívio Dutra pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul determinou que o melhor lugar na região metropolitana, tecnicamente falando pela questão da topografia e geologia, é exatamente essa área em Gravataí, que hoje é o "lixão" que vai ser transformado também num aterro sanitário, tecnicamente encaminhado com projeto aprovado pela FEPAM - órgão estadual de saneamento. O parágrafo único do art. 4º, embora não se traga o valor em recursos financeiros , faz uma listagem das obras que serão realizadas por Porto Alegre. Temos lá: " Instalação de balança eletrônica; construção de prédio administrativo e operacional; reservatório de água,  sistema de drenagem para líquidos e gases;  construção de acessos internos; impermeabilização; postos de monitoramento, sistema de tratamento de  chorume; cobertura primária e final dos aterrados."

 Srs. Vereadores, nesse ponto da solução do problema, essa é a informação mais precisa que se tem. Portanto, apelo aos Srs. Vereadores, para que analisem este projeto com a amplitude necessária, pela questão grave do lixo na região metropolitana, pelo processo encaminhado de comum acordo com a entidade estadual de planejamento e que tem exatamente esta posição, da solução conjunta da região metropolitana dos resíduos sólidos desse convênio que será firmado, de forma idêntica, e  que já está sendo aprovado em outras Câmaras de Vereadores, como é o caso da de Gravataí e outras, para que tenhamos a solução, da melhor forma possível, para o lixo de Porto Alegre. Se o terreno não fosse em Gravataí, seria em Porto Alegre e, necessariamente, teríamos que adquirir uma área, teríamos um custo, provavelmente, maior que teremos agora com esse convênio. Lá, provavelmente, será mais barato. Nós não vamos adquirir área, é a  melhor área tecnicamente indicada para que tenhamos esse aterro sanitário.

Portanto, Srs. Vereadores, a visão, neste caso, deve ser ampla e que a Câmara, sim, depois, controle a implementação desse convênio, mas, com certeza, nós estamos diante de um Projeto de Lei dos mais importantes que esta Câmara irá aprovar no 2º semestre, que tem um caráter muito amplo, inclusive atuando fortemente no aspecto de saúde pública.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Apregoamos o Ofício nº  431/97, do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando  autorização para ausentar-se do país, do dia 04.10.97 até a manhã do dia 07.10.97. O motivo da viagem é para o Sr. Prefeito participar do Seminário sobre Orçamento Participativo, em Buenos Aires/Argentina.

 O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 35/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós não temos dúvida nenhuma que estamos discutindo hoje um dos maiores problemas de todas as cidades, não apenas estas que estão aqui para assinar o convênio, mas todas as cidades do mundo, que é exatamente como é que se vai tratar o lixo que se produz. Porto Alegre, realmente, produz muito lixo que  chega, mais ou menos, a mil toneladas diárias. A quantidade de lixo é tão grande que, se eu fosse Vereador  em Gravataí, acredito, que eu não votaria favoravelmente para receber no meu Município mil toneladas diárias de lixo. Acho que neste tocante é sorte nossa termos conseguido encontrar um local para levar o lixo produzido em Porto Alegre. Em relação a isso, eu não tenho dúvida nenhuma, só podemos votar favoravelmente ao Projeto neste tocante.

O problema que surge é com referência ao Convênio que estamos autorizando o Município a assinar. Este Convênio é totalmente desconhecido para todos nós. Nem eu, nem os Vereadores do PT e acho que só o Secretário que trata do assunto é quem sabe os termos deste Convênio - o Ver. João Dib está dizendo que nem ele sabe. Eu dizia ao Secretário Utzig que faltavam informações que poderiam ser trazidas pelo Processo Azul. Ele me dizia que nenhuma informação a mais poderia ser trazida por este documento - o Secretário Utzig está aqui e pode confirmar o que me dizia. Gostaria de saber do Secretário qual é o custo para Porto Alegre? Qual é o tempo de duração deste Convênio? Todos os convênios têm tempo de duração, têm custo. Porto Alegre vai gastar mais para levar o lixo daqui até este ponto de Gravataí? O quanto será a mais? Nós não temos esta informação. A informação que temos é que vamos autorizar o Município de Porto Alegre a assinar um Convênio que fará com que Porto Alegre, juntamente com as cidades que fazem parte da Grande Porto Alegre, levem seu lixo para esse novo aterro sanitário que será feito com assistência técnica de Porto Alegre, em Gravataí. É só o que sabemos, mas tínhamos que saber mais porque se não precisarmos saber o quanto Porto Alegre vai gastar, esta Cidade não precisa de Vereadores. E acho, inclusive, que é o que pensam todos os senhores que pertencem ao Executivo, que seria bem melhor que Porto Alegre não tivesse Vereadores, para que os senhores não fossem cobrados ou  tivessem que dar as informações. E não são os Vereadores de Porto Alegre que cobram, mas a sociedade. E quando peço esses dados para V. Exa, não o faço em meu nome, mas em respeito àquela parcela da população que represento aqui.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, seu tempo está esgotado. A Vera. Tereza Franco inscreve-se e cede seu tempo ao senhor, com a concordância dos Vereadores João Nedel e Elói Guimarães.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço a minha colega de Bancada, por me ceder o seu tempo.  O que na verdade estamos contrários é com a falta de respeito do Executivo com este Legislativo. O Executivo tenta fazer com que o Legislativo torne-se  realmente muito diminuído nesse confronto e nessa necessidade de precisarmos adotar os mesmos pesos para ambos os Poderes para que possamos fazer a democracia funcionar.. E o Executivo teima em negar dados. Inclusive o Ver. Antonio Hohlfeldt há muito tempo solicita dados e também o Processo Capa Azul. Então, pergunto: quanto custará esse processo para Porto Alegre? Quanto Porto Alegre vai gastar a mais para pegar o lixo daqui e levar até Gravataí? Qual é o tempo de duração desse convênio? Ou será "ad eternum"? Estou vendo que o Secretário Utzig cochicha no ouvido de alguns Vereadores, mas para mim isso não interessa. O que eu quero, na verdade, são informações que precisamos.

Está falando aqui um Vereador que elogia o processo no que toca ao benefício que traz para Porto Alegre de encontrarmos um local para resolver o problema do lixo em Porto Alegre, o problema maior vai ser vivido por Gravataí, e não por Porto Alegre. Eu preciso  saber quanto que Porto Alegre vai gastar a mais para obter esse benefício, esses dados nós não temos. Se algum Vereador disser que tem todos os dados no processo, souber essas respostas, que venha à tribuna e informe este plenário. Se o Secretário tiver os dados que informe, é só isso que queremos informação. Talvez nesse processo, que chamamos de "Capa Azul", pudesse ter a solução para esses quesitos. Quem sabe a cópia do convênio? Por que ela não acompanha o processo? Se o convênio será assinado com a METROPLAN, será que ela não tem o modelo de convênio que vamos assinar enquanto município? Será que não precisamos conhecer essa cópia de convênio? É esse respeito que pedimos do Executivo para com o Legislativo, exatamente por essa falta de respeito, nós ficamos aprovando projetos, aqui nesta Casa, sem saber exatamente todos os dados, só ouvimos comentários de que não precisamos saber mais, é aquele menosprezo por esta Casa, é dizer que nós não precisamos saber de nada, temos que votar, senão nós “patrolamos” vocês, porque temos os votos suficientes.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. me permite um aparte? ( Assentimento do orador.) Essas informações estão com o Prefeito.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas não tem que ficar como Sr. Prefeito, essas informações devem estar no processo.

 

O Juarez Pinheiro: Gostaria de dizer a V. Exa. que reconhecemos a importância do trabalho de fiscalização que faz o Legislativo, nunca foi intento do Poder Executivo achar que o trabalho do Legislativo não é importante.  Gostaria de dizer a V. Exa. que é muito difícil quantificar os valores que serão gastos em um convênio como esse, porque têm de ser proporcionais ao lixo que cada município vai carrear para esse aterro sanitário. V. Exa. sabe que ele vai-se desenvolver ao longo dos anos,  vai depender de como a população da Cidade vai aumentar, do valor das licitações que forem feitas para levar o lixo até Gravataí. Gostaria que, apesar da disputa política que traz essa questão, V. Exa. tivesse claro, na análise técnica, que é muito difícil quantificar aqui um valor. Está-se a dizer que o lixo irá para Gravataí, que vai-se dar assistência técnica, e os valores são quase impossíveis de transmitir por essas razões. Na sua sensibilidade, V. Exa. entenderá essa questão.

 

O SR. LUIZ BRAZ: As quantidades atuais de todas as cidades que estão envolvidas  são perfeitamente conhecidas. O que vai custar a mais de transporte para se levar esse lixo daqui da estação de transporte  para Gravataí é um dado perfeitamente conhecido. São informações que  nos são  negadas dentro do Processo, e que deveríamos tê-las, a fim de que pudéssemos votar com todo o conhecimento que precisamos .Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir, por cessão de tempo do Ver. João Nedel.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no meu pronunciamento anterior eu dizia que estava cansado. Pois agora estou muito brabo; inclusive sinto-me ultrajado! O Executivo Municipal tem um caminho, ou seja, o de retirar esse Projeto. Até penso que  mandaram esse Projeto como quando a gente joga snooker: a não fazer, a não aprovar. Porque ouvindo os Vereadores do PT, eu me senti muito mal. Nenhum deles sabe nada! Ninguém sabe quanto custa o Projeto! O Ver. Luiz Braz, que é advogado, se deu conta das distâncias a serem percorridas para que se faça a deposição do lixo. Nós temos aqui uma idéia de que é boa, mas não temos detalhes. Não sabemos se é conveniente. Imaginem o Governador do Estado querendo instalar a GM em Gravataí se não tivesse dado as informações que o Dr. Flávio Koutzii leu no dia 22 ou 23 de dezembro e, depois, entrou na Justiça. Depois foi para o Tribunal de Contas e, aí, estava tudo certo, mas pelo menos havia dados. Agora não há nada. Com honestidade, o Executivo deveria retirar esse Projeto e informá-lo melhor, porque lá, na balança do lixo, a auditoria feita para o Dr. Tarso Genro levantou um milhão de dólares, pagos quando a balança quebrou até o momento em que ela foi consertada de 14 para 17 toneladas. E lá é que explodiu o motor.

Eu disse, ao Ver. Renato Guimarães, que, antes de ele ter nascido, eu já via, lá em Hamburgo, aterro sanitário muito bem-feito, que nós nunca fizemos em Porto Alegre. Aí não vai crítica ao PT. Eu também  fui Prefeito e não fiz direito. Está aí a esperança do Ver. Renato Guimarães de que vão fazer agora. Mas como, por quanto e de que forma? Acho que o Executivo Municipal deveria retirar esse Projeto. Vem um dos Vereadores e diz que vai custar oito reais por tonelada de lixo o aterro. Não sei se é isso. Pelo menos alguém informou um dado. Foi o único dado informado. O resto, foi dizer que o aterro sanitário lá da Zona Sul vai ter que fechar, e que estamos precisando fazer um aterro sanitário, mas eu desafio os Vereadores do PT, que sei que são conscientes, a votarem com a tranqüilidade de dizer: "Eu conheço; eu sei. Isso é bom, porque vai custar tanto". Sou engenheiro.

Comecei a trabalhar na Prefeitura, trabalhei no serviço de habitação popular, depois na administração da limpeza pública. Fui Prefeito, fui seis vezes secretário, duas vezes assessor-engenheiro e tive que aprender algumas coisas. Projeto igual a esse eu nunca vi. Eu quero dizer que a Prefeitura de Porto Alegre, na Adminstração de Telmo Tomphsom Flores, também quis fazer a incineração do lixo, aqui em Canoas, num projeto conjunto, incineração, não aterro sanitário, e a Câmara não permitiu. Agora, que o aterro sanitário é uma coisa muito boa, é. Eu não sei qual dos dois aeroportos de Nova Iorque está em cima de um aterro sanitário. Mas eu não vejo, nesse Projeto, condições. Eu dizia que estava cansado e, agora, estou brabo. Agora, eu sou engenheiro, só, não sou mais Vereador. E no quadro de engenheiro que está pendurado no meu gabinete, diz: "Sou engenheiro, me orgulho de sê-lo e à profissão devo solenes obrigações." Esta é uma delas: eu recomendo que o Projeto seja retirado. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: No dia em que o Sr. Prefeito trouxe este Projeto na Câmara, conforme havia anunciado amplamente, foram reunidas as Lideranças e a Mesa, e só para dar um enfoque complementar, porque a Mesa sente-se na  obrigação, porque há uma polêmica, o Ver. Paulo Brum, no exercício momentâneo da Presidência, recebeu o Prefeito e, logo a seguir, este Vereador e o Vice-Presidente Isaac Ainhorn participaram da reunião. Houve uma espécie de troca de informações longa e, no fim, um acordo que as Lideranças presentes fizeram, dizendo que este Projeto era urgente, urgentíssimo,  que tinham que tocar, pedir urgência. Foi isso que aconteceu. Agora, essas informações que estão sendo solicitadas, realmente, não foram pedidas por ninguém até a data de hoje.

Por outro lado, a Mesa quer informar que da mesma forma que aconteceu com o Diretor do DEMHAB, Ver. João Verle, que anexou um material explicativo no Processo do Pró-Habitação, nós estamos anexando, no Processo Pró-Saneamento, um material também detalhado, que já havia sido remetido para a Comissão de Justiça, mas não chegou a ser anexado ao Processo. Agora, o Diretor do DEP, engenheiro Vicente Rauber, que muito nos honra com a sua presença, pede que seja anexado ao Processo e eu vou deferir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, em face de todo o questionamento de anexação ou não de documentação  nos processos, quero, em primeiro lugar, fazer  uma referência a uma funcionária da Comissão de Constituição e Justiça, porque  esqueceu de anexar o material aos processos dos três projetos de lei tratando da  autorização para contrair empréstimos relativos ao DEP, DEMHAB, DMAE, e que teve a iniciativa de  dizê-lo. Esse material foi entregue em uma reunião promovida pela Comissão de Constituição e Justiça, por iniciativa do seu Presidente, Ver. Elói Guimarães, com a finalidade de constar dos três projetos de lei referidos. Agradeço a Vossa Excelência e quero aqui fazer um elogio à Sra.  Miriam, que teve a coragem de vir aqui em um momento de tão acalorados debates e trazer à colação questão de  tamanha  importância. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede desculpas ao Ver. Elói, porque as Questões de Ordem não estavam previstas.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero secundar os elogios à nossa funcionária Miriam e devo dizer que ela não  tem culpa alguma. Eu, realmente, tinha as três matérias e até pensei que havia colocado. Por algum equívoco, não coloquei. Não fiz nenhuma crítica, como disse o Presidente da Comissão de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE: Ninguém nesta Mesa falou criticando alguma pessoa. Dissemos que tivemos a informação de que no momento em que houve a reunião da Comissão de Justiça esse material foi entregue e não foi anexado, porque ninguém pediu. Não estamos procurando culpados. Estamos apenas esclarecendo que o material está sendo retomado e, agora, legalmente apregoado na Casa, e está sendo anexado aos processos para facilitar o entendimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento):Só para deixar bem claro que essas providências que, certamente, seriam tomadas pela nossa diligente funcionária da Comissão de Constituição e Justiça, nada tem a ver com o processo que está em discussão. Não há nenhum documento que tivesse que ter sido juntado nesse projeto que não tenha sido juntado. O único documento que surgiu nesse projeto me foi entregue pessoalmente -  não com a responsabilidade de juntá-lo -  mas para minha instrução, quando ainda era o designado para relator na Comissão de Constituição e Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE: Muito bem, está tudo esclarecido.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães para discutir.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na reunião em que aqui compareceram os dirigentes das autarquias DEMHAB, DEP e DMAE, eu sugeri, e fiz um requerimento, que os referidos departamentos, seus dirigentes, comparecessem nas comissões técnicas para serem ouvidos a respeito das questões, dada a natureza da matéria, a urgência, a relevância dos projetos. A Comissão de Justiça teve a honra de receber os três dirigentes de duas autarquias representados por funcionários graduados daquelas instituições e lá nos fizeram uma exposição sobre projetos das referidas autarquias. Foi naquela oportunidade que o Ver. Dib recebia críticas em se fazer aquele tipo de reunião. Quanto ao material entregue na reunião da Comissão de Justiça, nós pedimos que se fizesse a juntada nos autos e à Comissão de Justiça se entregasse o material disponível. Essa foi toda a orientação que entendíamos oportuna, adequada, fazer naquela oportunidade. Nós estamos aqui, diante de um projeto de magna importância, de relevante importância para os interesses da Região Metropolitana, não só de Porto Alegre, porque breve, muito breve, os municípios também enfrentarão problemas com essa questão, que é importante, que são os resíduos sólidos, em última análise, o lixo.

A discussão, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é boa, eu tenho uma visão um pouco diferente. Acho que foram trazidos à Casa do Povo de Porto Alegre os elementos fundamentais para que ela decida, autorizando ou não. Aqui estão os elementos fundamentais, sim,  porque, além da autorização para o convênio, cuja quantificação não vai jamais elidir a atuação do Legislativo na fiscalização dos  valores que serão alocados a este ou aquele item,  não afasta o acompanhamento que deve ser feito pela Câmara.

Então,  o Projeto está extremamente claro. O Prefeito pede a autorização para conveniar, porque se trata de entidades diferentes, entidades jurídicas, municípios diferentes, é necessária a autorização; está aqui o pedido.

Quais são os limites da atuação das partes envolvidas? Até porque se trata de um convênio, esses limites estão, indiscutivelmente, definidos no Projeto.

Nada será feito,  além daquelas disposições clausuladas no Projeto de Lei, que estão claramente explicitadas. Está aqui expresso o que o Município irá fazer. Evidentemente que detalhar quantas pás de aterro serão jogadas etc. e tal não comporta numa matéria desta natureza. Até porque em fazendo um convênio, os municípios conveniados verão que os recursos ali alocados serão aqueles que se incluem para atender tais necessidade.

Não vejo aqui, quero confessar abertamente, nenhuma dificuldade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em autorizarmos este convênio, quando o Projeto de Lei desenha claramente para as partes envolvidas o que será feito.

Agora, qual é o quantitativo que, à época da  execução, determinará este ou aquele item é uma questão que se  dará lá na frente e não elidirá a fiscalização, a ação legislativa no acompanhamento  da execução do convênio. Não há nada de novo nesse convênio e no presente Projeto que esteja criando dificuldades para que se aprove esta matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)                                                                                                                              

 

O SR. SECRETÁRIO:  Emenda de Liderança nº 01 ao PLE nº 35/97, de autoria do Ver João Dib.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver. João Dib tem um Requerimento  solicitando o adiamento da discussão. Eu gostaria que o Requerimento do Ver. João Dib  fosse votado imediatamente, porque esse é o procedimento normal  ou, pelo menos, é a ordem tradicional; quando há  requerimento de adiamento, ele é  votado,  e adiam-se as demais discussões.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. requer que seja votado imediatamente o pedido de adiamento? Havia apenas um Vereador inscrito, por isso, a Presidência entendeu de deixar o Vereador falar para depois colocar em votação o Requerimento do Ver. João Dib.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento):  Sr. Presidente,  requeiro que a Emenda apresentada pelo Ver. João Dib seja dispensada do parecer das Comissões.

 

O  SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Gerson Almeida. Os Senhores Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.

Requerimento Ver. João Dib  solicitando  adiamento da discussão,  por uma sessão, do processo nº 2433/97, nos termos do art. 171, do Regimento.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar  o Requerimento de adiamento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, resolvi encaminhar a matéria em consideração à Bancada Petista, já que o Líder do PT disse que gostaria de consultar a sua Bancada em relação à possibilidade de adiamento ou não do Projeto em discussão.

Todos nós, inclusive os Vereadores da situação, não conhecem detalhes importantes do processo. Mas esses detalhes poderiam ser informados num prazo de um dia, ou, de repente, através de um documento que poderia ser encaminhado rapidamente  para que os Vereadores possam ser informados, não apenas os Vereadores de oposição, mas todos: de situação e de  oposição,  para que possamos votar a matéria com todo o  conhecimento. Este conhecimento está, em parte, no processo de capa azul e poderia ser enviado aos Vereadores.

O adiamento por uma Sessão daria possibilidade para que todos os Vereadores tomassem conhecimento de determinados detalhes que nós não sabemos. Por exemplo,  nós não sabemos  quanto Porto Alegre vai gastar a mais para carregar  o  lixo da estação de transbordo até Gravataí. Precisamos desta informação, pelo menos, precisamos  saber aproximadamente qual é o valor.  Precisamos saber qual o custo total do processo.  É claro que, se o Executivo não tiver os dados precisos, exatos, que  mande  os dados aproximados, a fim de que  possamos saber,  em nome da população,  o que  Porto Alegre vai gastar a mais. 

É claro que tanto a  METROPLAN como o Governo Municipal têm a cópia do convênio. Então  não há nada de mais em mandar esta cópia  do convênio   para  todos nós, Vereadores, não falo  só da oposição, porque  os Vereadores de situação também desconhecem o convênio. Se mandassem a cópia  do convênio para a Câmara Municipal,  poderíamos votar esta matéria com total conhecimento.

Eu já disse, na minha primeira intervenção, que sou amplamente favorável  a este Projeto, porque vamos tirar  o lixo de Porto Alegre e mandar para  Gravataí. Eu já disse  que, se  fosse Vereador de Gravataí, possivelmente   não aprovaria este Projeto  para receber  mil toneladas de lixo diárias só de Porto Alegre, mas os  Vereadores de Gravataí já aprovaram.

Nós, de Porto Alegre, temos que saber quais os custos dessa operação, já que  Porto Alegre vai entrar com  o material, com o pessoal,  com técnica. Qual é o custo para Porto Alegre, inclusive, o custo  que virá depois, que é exatamente  do transporte do  lixo de Porto Alegre  até esse ponto de Gravataí, onde será feito o aterro sanitário. São só esses dados que queremos  saber.

Se pudermos adiar por uma Sessão esta discussão, acredito que na próxima Sessão não iremos demorar nada para votar. Acredito que não haja um Vereador aqui que seja contra. Como acredito também que todos os Vereadores, inclusive os Vereadores da situação, precisam conhecer os dados deste processo na sua totalidade. Até agora conhecemos o Projeto, aquilo que vamos votar; mas o processo, aquilo que poderia nos informar de maneira melhor, esse  não conhecemos.

Eu conversava há pouco com o Secretário Utzig, e ele me falava  sobre informações em relação aos processos do DEMHAB, dizendo que nos processos do DEMHAB nós teríamos todas as informações necessárias. E eu falava a ele sobre este processo do DMLU. Quer dizer, eu falava de uma coisa,  e ele falava de outra. Daquilo que eu estava falando a respeito do DMLU, o Secretário Utzig não tinha conhecimento; e aquilo que ele queria passar  a mim, eu ainda não tinha possibilidade conhecer porque eu estava tentando desvendar os mistérios deste processo que vamos votar.  Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O  Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei muito rápido, antes de dizer "saúde e paz". Ninguém sabe nada deste Projeto, deste convênio, desta coisa que tentam impingir, e eu pedi o adiamento  da discussão por uma sessão. Mas eu insisto: este Projeto deveria ser retirado pelo Executivo.

Ouvi os oradores aqui, dando as aulas necessárias, e eu disse que me aborreceram, me ensandeceram, dizendo que há um limite de 250 toneladas lixo, que são 250 mil quilos, e eu ouvi falar aqui em um milhão de quilos de lixo por dia em Porto Alegre. Esse Projeto todo só permite que Porto Alegre leve 250 toneladas. Portanto, é claro que eu encaminho favoravelmente ao meu próprio Requerimento, mas apelo ao bom senso do Executivo Municipal para que retire o Projeto e informe melhor, porque, se não, eu vou ter que pensar em outras coisas. Saúde e paz.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero, em nome da Bancada do PT, dizer que não concordo com nenhum dos argumentos apresentados pelo Ver. João Dib. O Prefeito de Porto Alegre esteve aqui, conversou com as lideranças, mas nós vamos aceitar o adiamento desse Projeto por uma Sessão. Até quarta-feira, estaremos, assim como estivemos desde o dia em que esse Projeto entrou na Casa, à disposição para apresentar todas as informações. O Ver. João Dib tem o direito de não conhecer o Projeto, mas considero que exagera quando diz que nenhuma pessoa conhece o Projeto. Eu, particularmente, entendo que o conheça suficientemente.

Quando distribuí para o Ver. Reginaldo Pujol a cópia do Projeto assinado, feito em Gravataí, que é um padrão, imaginava que isso também ia ser incorporado ao Processo, mas vi que, de fato, a maior parte dos Vereadores nem o conhece. Vou solicitar que sejam feitas cópias desse Processo e passadas a todos os Vereadores. O Diretor-Geral do DEP, Vicente Rauber, e todos os demais companheiros que tratam especificamente da questão desse Projeto em tela estão à disposição como sempre estiveram. O próprio Prefeito, inclusive, veio a esta Casa. A CCJ fez um debate que já nos foi relatado aqui pelo seu Presidente o Ver. Elói Guimarães.

Então, nós, não concordando com os argumentos propostos; vamos atender, porque foi um apelo feito por vários Vereadores e Vereadoras. E isso significa que nós estamos não adiando por uma Sessão, mas postergando uma votação. E esse é o compromisso que têm tido as lideranças sérias desta Casa. Eu conversei também com os Líderes do PPB, PTB, PSDB e do PPS e o Líder do PFL que nós concordamos, mas gostaríamos de ter assegurada uma solicitação feita por esta Bancada, que, devido ao adiantado da hora, que esse Projeto que está sendo adiado ocupou várias horas na tarde de hoje e que temos projetos bastante importantes para Cidade, tenhamos a garantia dos demais Vereadores e Vereadoras de que nós votaremos, de uma forma clara, nesta Sessão, os projetos de Pró-moradia e Pró-saneamento que, como nós sabemos, são empréstimos que têm um rigor em datas, prazos e que a discussão e a aprovação pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre é bastante importante.

Com os debates que fizemos até agora, ao longo desse período, e com a vinda do Diretor-Geral do DEP,  do Diretor-Geral  do DMAE, do Diretor-Presidente do DMLU, do Diretor-Presidente do DEMHAB que foram sabatinado nesta Casa e que, durante todo esse período, se colocaram à disposição, foram agregados  mais dados. E agora, dirimida essa questão dos documentos pelo Ver. Juarez Pinheiro, que já estão na Casa há bastante tempo na Comissão de Justiça, parece-me que temos todas as condições de votar os projetos de Pró-moradia e Pró-saneamento.        Então essa é a proposta que fizemos, consultadas as lideranças e com acordo já estabelecido com as lideranças nominadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

                 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Voto a favor do adiamento dentro do consenso geral e com a viva expectativa de que seja juntada, nesse lapso de 24 horas, a cópia de convênio que a Câmara está autorizando através da aprovação desse dispositivo, dessa Lei, que votamos hoje, o que nos tranqüilizará, pelo menos no que me concerne, sem delonga nenhuma, aprovar esse Projeto na próxima quarta-feira.

Voto também dizendo que, com relação ao projeto Pró-moradia, tenho a maior tranqüilidade de afirmar que voto sem discutir, porque, recebido do Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação, descriminadamente, onde é que se pretende aplicar esses recursos e de que forma. Isso me dá a tranqüilidade de tão-somente consultar a direção da Casa se consta esse documento, que é o compromisso do DEMHAB de executar o programa dessa forma, de votá-lo sem discutir.

Então, vou votar a favor do adiamento, na expectativa viva de que, na quarta-feira, com a cópia do convênio nos autos, possa votar favoravelmente, como quero, à celebração desse convênio com os quatro municípios da Região Metropolitana, com a  ABES e com a Fundação do Planejamento Metropolitano. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o Requerimento do Ver. João Dib. (Após a chamada.) Por 25 Votos SIM; 02 Votos NÃO. Adiada a votação por uma Sessão do PLE nº 35/97.

Requerimento, de autoria do Ver. Gérson Almeida, pedindo dispensa do envio da Emenda 01 às Comissões Conjuntas. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2727/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/97, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre, do Programa de Saneamento - PRÓ-SANEAMENTO. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB E COSMAM. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 122, III, da LOM;

- discutiram   a   matéria   os  Vereadores  A.Hohlfeldt,  R.Guimarães, L.Braz, J.Valdir e G.Barbosa;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo quem queira discutir. Em votação. (Pausa.). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade o PLE nº 39/97.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2728/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/97, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre, do Programa  PRÓ-MORADIA. Urgência.

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB E COSMAM. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da  CMPA - Art. 122, III, da LOM;

- adiada a discussão por uma Sessão.

                 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade o PLE nº 40/97.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2729/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/97, que autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre, do Programa de Saneamento -  PRÓ-SANEAMENTO. Urgência.

 

 

Parecer Conjunto

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB E COSMAM. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da  CMPA - Art. 122, III, da LOM;

- adiada a discussão por uma Sessão.

                 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Não havendo  quem queira discutir. Em votação. (Pausa.)  Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO  NOMINAL

 

PROC. 0943/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/97, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede  título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol:  pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto;

     

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em  discussão PR nº 008/97. Não havendo quem queira discutir. Em votação nominal. (Após a chamada): APROVADO o PR nº 008/97 por 28 votos SIM, ou seja por unanimidade dos presentes.

A Mesa quer aproveitar esse interregno para informar aos Srs. Vereadores que recebemos, por parte do Sr. Prefeito, a informação de que virá, amanhã, a esta Casa, acompanhado de seus assessores, em especial os da área orçamentária, para entregar em mãos o Orçamento para 1998. Esta Mesa já fez uma correspondência formal a todos os gabinetes, convidando os ilustres Vereadores, em especial as lideranças, para que estejam presentes nesse momento, às 14 horas, no salão nobre da Presidência, no dia de amanhã, terça-feira.

 

O SR. JOÃO NEDEL:  Eu acabo de receber da Sub-Chefia da Casa Civil para Assuntos Parlamentares o convite para que os Vereadores desta Casa compareçam, amanhã, às 14h30min, no Palácio Piratini para participarem da solenidade de assinatura do Termo Aditivo de repasse de recursos do Fundo Pró-Guaíba à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não sei se o Prefeito será representado. É um Convênio com o  DMAE e DMLU com recursos do Pró-Guaíba, e eles pedem que o convite seja extensivo a todos os Vereadores desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarecerá imediatamente. A princípio estou repetindo o que foi solicitado.

O Sr. 1º Secretário dará conhecimento ao Plenário dos Requerimentos encaminhados à Mesa.        

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento nº 240/97 de autoria dos Vereadores Paulo Brum e Nereu D'Ávila, que requerem a realização da Sessão Solene, no dia 18/11/97, que será destinada a homenagear a Associação Satélite - Prontidão,  pelo transcurso dos seus 95 anos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que o Sr. Prefeito entendeu que seria uma cerimônia muito rápida de entrega, e dispõe-se a voltar aqui nos momentos oportunos. Por isso achamos que não há incompatibilidade.

Informamos, também, que há um convite a todos os Vereadores para a abertura de uma exposição do Acervo Esportivo de Porto Alegre, logo após a esta Sessão,  que está sendo realizada na Av. Clébio  Sória.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, qual é a hora da Sessão Solene projetada? Pois às 19 horas do mesmo dia haverá a entrega de título do cidadão Guilherme Sociais Vilella.

 

O SR. PRESIDENTE: Será às 15 horas. Há alguns dias em que teremos três Sessões Solenes para dar conta da agenda: às 15h, às 17h e às 19h.

Em votação o Requerimento do Ver. Paulo Brum. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento nº 235/97, de autoria do Ver. Antônio Losada, que requer Moção de Solidariedade aos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos pelo movimento  reivindicatório contra a atual situação de penúria em que vivem. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO  por unanimidade.

Requerimento nº 243/97, de autoria do Ver. João Dib,  que requer seja ouvida a Comissão de  Constituição e Justiça e o Plenário sobre a utilização pelo Executivo de área incluída do PLCE nº 05/95, cuja votação está suspensa por liminar judicial.

 

O SR. PEDRO RUAS (Esclarecimento): Sr. Presidente, o Nobre Ver. João Dib pede que a Comissão de Justiça esclareça sobre aquele processo anterior?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que o Ver. Carlos Alberto Garcia convida para a exposição do acervo esportivo de Porto Alegre. É uma promoção conjunta com a Câmara Municipal.

O Ver. João Dib está com a palavra , para encaminhar o Requerimento..

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a solicitação que faço de audiência  com urgência urgentíssima da Comissão de Justiça e do Plenário se faz em razão da divulgação constante pelo Executivo Municipal que vai fazer o centro de eventos na área entre o Sport Club Internacional do Gigantinho e o Parque Marinha do Brasil. Devo dizer que na forma da Lei nº 268, Projeto de Lei do Executivo, não existe essa faixa. E na mesma Lei o art. 7º diz que não pode ser construído naquele local. Mais ainda, no Projeto de Lei apresentado nesta Casa que está sub júdice, nº 05/95, a área pretendida pelo Executivo também está no Projeto de Lei. Então, estou pedindo para que não se leve a violências maiores já que estamos começando a ver cartazes falando em discriminação racial. Estamos vendo Vereadores desta Casa participando de debate em torno dessa área que afeta a vida de todos os moradores do Menino Deus, do Bairro Santa Tereza e arredores. Estou pedindo que a Comissão de Justiça, amanhã, se possível, analise as colocações que faço, inclusive com documentos de jornal, para que se diga se o Executivo pode ou não construir o que pretende naquele local. A Lei está imposta e digo:  "é dever do Vereador  fiscalizar e exigir o rigoroso cumprimento das leis, especialmente as do Município" - art. 31 da Constituição Federal.

Este é o assunto que me traz à tribuna, porque o problema é sério , as coisas  estão se encaminhando de maneira desagradável na Cidade. Então, eu pediria que, amanhã, a Comissão de Justiça se reunisse, e, o mais breve possível, o Plenário se manifestasse. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa informa aos Srs. Vereadores que recebeu uma correspondência da UVERGS, que tem urgência de informar, logo após esta votação, o conteúdo da referida correspondência.

O Ver. Gérson Almeida está com a palavra, para encaminhar o Requerimento

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos votando o Requerimento do Ver. João Dib, que, em princípio, não há por que sermos contra. Nós nunca fomos contra que uma Comissão da Casa ouvisse as partes  ou estabelecesse uma discussão sobre qualquer assunto de maior ou menor relevância. Foi assim encaminhado pelo Vereador, no entanto, no seu Requerimento, ao final, que nós votemos, assim eu entendi, não só que seja ouvida a população, mas , considerando a medida liminar, que, nos termos regimentais, que seja ouvida com urgência urgentíssima a Comissão de Justiça  e, após, o Plenário desta Casa, visando a interrupção do Projeto de Construção do Executivo, ou seja, na verdade, por um Requerimento, está querendo, a meu juízo, definir de que aquela obra não deva ser interrompida. Eu estou dizendo, de forma clara, transparente, qual é o meu entendimento, na Comunicação de Líder; é o que eu penso sobre o que está escrito aqui. O que está escrito aqui é de que vai visar interromper. Nós não podemos votar um requerimento nesta Casa que já tem uma opinião de mérito sobre o assunto, um assunto que já vem sendo debatido na cidade há muitos anos, com um setor, um segmento social fundamental e amplo que está, na verdade, buscando um lugar na organização social da cidade, e não está encontrando esse lugar, que são as milhares de pessoas que querem fazer carnaval, que querem uma pista de eventos na  cidade de Porto Alegre, ou seja, discutir, ouvir sobre a legalidade, nós não somos contra. Agora, votar num Requerimento, no final da Sessão, visando interromper a obra ou o Projeto em curso,  parece-me, não seria adequado.

Por isso, eu queria fazer um apelo ao Vereador proponente para que, quem sabe, suprima essa última parte, porque aí nós poderemos votar democraticamente.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem):Consulto a Mesa se é possível que eu retire a última linha do meu Requerimento, já que eu não tenho nenhuma dúvida sobre o que estou fazendo.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Está certo. Tirando "a Comissão de Justiça" e ponto. Assim nós temos acordo para fazermos o debate, não tem nenhum problema. Nós não somos favoráveis a que já tenha uma posição de mérito, sem uma discussão prévia sobre o tema. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa atende a Questão de Ordem do Ver. João Dib, como Requerimento, uma vez tendo a concordância do Plenário. Se o Plenário concorda, o Ver. João Dib pode fazer a Emenda e rubricar. Não há discordância e esta Emenda está aceita. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o encaminhamento que faz o PDT é no sentido da abstenção em relação a esta votação, Ver. João Dib. E V. Exa. esclareceu devidamente esta questão. O adendo supressivo que sugeriu o Ver. Gerson Almeida também me parece importante. A abstenção da maior parte da Bancada do PDT se deve justamente ao fato de que não houve uma análise e um debate sobre o atual projeto. E V. Exa. sabe muito bem da posição deste Vereador com relação ao projeto anterior, objeto da discussão hoje na Casa. Como o Projeto atual não foi analisado, nem debatido  pela Bancada, e este Vereador confessa total ignorância sobre o mesmo, parece-me que por todos os motivos, independente da decisão da Casa - e V. Exa. esclareceu bem a matéria, o adendo supressivo do Ver. Gerson Almeida é perfeitamente adequado para que não haja antecipação de uma análise de mérito -, e por isso, enquanto não houver essa análise, encaminhamos pela abstenção, a exceção do voto do Ver. Elói Guimarães que é favorável ao Requerimento de V. Exa. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Esse requerimento tem algumas novidades, Ver. João Dib. V. Exa. coloca "interrupção do projeto de construção". Que eu saiba, não temos ainda naquela área um projeto de execução, e nem poderia ter uma vez que temos uma Legislação dentro do Município que, em primeiro lugar, proíbe aquele tipo de construção em áreas de parque. E temos ali, uma área de parque. A não ser que a Câmara Municipal viesse a mudar um projeto de lei que viesse a votar um projeto de lei que mudasse o regime urbanístico daquela região ou que alterássemos a Lei que temos dentro do Município e que diz quais as obras que podem ser construídas nos parques. E pelo que sei, na lei que temos no Município, existe uma proibição da construção daquele tipo de equipamento no parque. E V. Exa. sabe que até os limites do Beira Rio é área do parque, não podendo haver projeto de construção. E tenho a tese de que quando o Executivo escolheu aquela área para construção da pista de eventos, é porque não queria construí-la. Sabíamos que demoraria o EIA-RIMA, como acontece. Ainda não temos a aprovação do EIA-RIMA.

Em segundo lugar, o Executivo sabe muito bem  que, no momento em que estiver aprovado o EIA-RIMA ali vão entrar outras ações que vão paralisar, interromper, que não vão permitir que a obra seja construída. Uma das ações possíveis, se ali é área de parque, e está contrariando uma legislação que temos do Município é, um Mandado de Segurança, que acaba com tudo, ou  tranca tudo. Então não seria possível o início de uma construção, pelo menos da maneira como está. Sei que o Secretário Burmeister anda afirmando que ele não precisa da aprovação da Câmara para fazer a construção, acredito que ele está mal-informado, a área jurídica da Prefeitura o está mal-assessorando. O Secretário Burmeister está fazendo afirmações, na imprensa, que não são verdadeiras. Se ele quiser construir naquela área ele vai precisar da Câmara Municipal. Já que V. Exa. solicita que seja ouvida a Comissão de Constituição e Justiça, o que concordamos, e está retirando a última parte que fala do projeto de execução, com a qual não concordamos, porque não existe projeto de execução, nem poderia haver, é claro que nós só poderíamos votar favoravelmente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento do Ver. João Dib com a devida supressão. Os Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. APROVADO com a abstenção do Ver. Pedro Ruas e a unanimidade dos demais.

Recebemos um Ofício Circular nº 37/97, da UVERGS (União dos Vereadores do Rio Grande do Sul)  que em reunião no dia 18 e 19, com os presidentes de Câmaras do Estado fazem uma análise da legislação que está sendo discutida hoje em função das perdas dos municípios, assim como os prefeitos, independentes de partidos, fazem a sua análise, a sua luta contra o FEF, à Lei Kandir, e a outras questões. Os Vereadores resolveram fazer um ato que deve ser de caráter nacional e regional. No Rio Grande do Sul, o Presidente da UVERGS, Jorcelei Luiz Flores, mandou-nos um pequeno “folder” e o  ofício, sugerindo que as câmaras municipais façam, no dia três de outubro, um dia de paralisação e fazem aqui um Voto de Repúdio ao que está acontecendo com relação ao esvaziamento financeiro dos municípios.

A Mesa informa também que, casualmente, em data um pouco anterior, fez uma correspondência auscultando o Sr. Presidente da UVERGS, sobre a possibilidade de os Vereadores realizarem um trabalho conjunto em apoio à luta dos prefeitos e de muitos governadores. Esse assunto está tramitando, concomitantemente, inclusive há possibilidade de uma reunião das Câmaras da Região Metropolitana aqui em nossa Câmara. E há possibilidade ainda, durante este ano, de uma reunião das Câmaras das capitais do País, aqui em Porto Alegre. A nossa Casa está sendo solicitada, está sendo colocada em uma posição de destaque  na Região Metropolitana, quando entende que é importante a nossa sugestão, e recebemos também algumas manifestações para que a Câmara de Porto Alegre, junto com as demais Câmaras, por exemplo, São Paulo, Rio, etc., façam um movimento no mesmo sentido. Estou colocando esta informação, porque entendo que na reunião de quarta-feira, nós vamos ter de decidir qual será a posição oficial da Casa com relação à paralisação proposta para o dia três de outubro, sexta-feira.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): De minha parte, e penso que da parte de minha Bancada, há plena concordância, mas lembro que esta Câmara inclusive já votou, por unanimidade, se minha memória não falha, exatamente um protesto formal contra essas leis, e mais, um apoio à luta da FAMURS e da GRAMPAL, ou seja, uma posição política já temos e parece que, agora, é uma posição de luta.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa encaminhou, em função de todas essas proposições, esse material. E, na seqüência, entendeu que era importante. Então, nós estamos, a rigor, nos entrosando, embora a nossa Câmara não seja sócia da UVERGS, questão que eu também vou procurar decidir, na Mesa, para sugerir a este Plenário. Há uma proposta da UVERGS solicitando que a Câmara volte a ser sócia. Está sobre a minha mesa. Mas é um outro assunto que não impede, porque nós não somos sócios de Câmara nenhuma, é uma questão política maior.

 Esta Presidência precisa se afastar, porque já estão aguardando há mais de 30 minutos, para a abertura da Exposição do Acervo Esportivo de Porto Alegre, que está sendo realizada, aqui, na Câmara Municipal.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Srs. Vereadores, são l8h04min, por força regimental, em votação a prorrogação da Sessão por 2 horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 Requerimento nº 244/97, de autoria do Ver. João Dib, solicitando uma Moção de Apoio ao Governo do Estado e ao grupo de Empresários, organizados em uma Fundação, criada especialmente para a 1º Bienal de Artes Visual do Mercosul.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento):  Até onde eu estou informado, a Bienal do Mercosul é uma Associação do Governo do Estado com o apoio de vários outros órgãos, inclusive da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Então, eu gostaria de saber se o Ver. João Dib, proponente da Moção incorporaria também os demais patrocinadores e apoiadores da Moção.

 

O SR. PRESIDENTE: O Plenário é soberano.  O Ver. João Dib concorda. Está acatado o adendo do Ver. Gérson Almeida.

Em votação. (Pausa.)Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO por unanimidade dos Vereadores presentes.

 Requerimento nº 241/97, de autoria do Ver. João Carlos Nedel. Requer Moção de Solidariedade com  Itai-Caimã, Associação de Proteção Ambiental  da Costa Doce, pelo projeto em defesa da ilha das Pedras  Brancas, no Rio Guaíba.

Em votação. (Pausa.)Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA pelos Vereadores presentes.

Requerimento nº 242/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni. Requer Moção de Apoio ao Comandante-Geral da Brigada Militar, Cel. Dilamar da Luz, pela ação desenvolvida no último dia 25 de setembro na Esquina Democrática.

Em votação.(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADA com abstenção do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Faço um agradecimento à Dra. Marjane Bartolomé Martins. Há uma hora atrás  à Casa foram solicitados serviços médicos urgentes e pedimos, através de uma diligência do Ver. Lauro Hagemann, para que fosse atendido um dos pequenos agricultores, em greve de fome, e que estava muito mal. Ela foi imediatamente e ele foi transferido para o Pronto Socorro, e tudo está sob controle. Queria agradecer o pronto atendimento profissional  da Dra. Marjane. Foi uma solicitação de toda coletividade, inclusive, da direção do INCRA.

Dia 1º de setembro, às 9 horas, na sala da CEDECONDH, a Comissão Especial de Segurança Pública, que é presidida pelo Ver. Cyro Martini, receberá o Secretário de Justiça e Segurança, Sr. José Eichenberg.

Constatamos a inexistência de quórum. Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h10min.)

 

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